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Crítica: Transformers

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  • segunda-feira, 23 de julho de 2007
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  • Alexandre Luiz
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  • Para definir Transformers, adaptação da clássica linha de brinquedos da Hasbro para as telonas que estreou na última sexta-feira no Brasil, é só imaginar um filme do início da carreira de Steven Spielberg, como Contatos Imediatos... ou E.T., dirigido pelo Michael Bay. De Spielberg, o produtor, surgem os elementos da história e de Bay, o diretor, sobram as breguices visuais típicas de suas produções (vide Armaggedon).

    O filme é recheado de elementos extremamente oitentistas. A família biruta do jovem personagem principal, a gostosona do colégio que sai com o jogador de futebol americano e por aí vai. Os primeiros 40 minutos do filme parecem até homenagem à "década perdida". A cena do carro tocando músicas para a personagem de Megan Fox é uma prova disso. Parece ter sido escrita pelo roteirista de Goonies ou algo do gênero. Depois, quando a ação com os robôs gigantes finalmente começa, Michael Bay toma as rédeas e faz o que sabe fazer: cenas de tirar o fôlego, muito bem filmadas, mas extramamente piegas quando resolvem enaltecer um ou outro personagem (principalmente um dos soldados do filme... Bay deve ter alguma coisa com o exército americano).

    A história é fraca mas, ninguém vai ao cinema ver um filme com robôs gigantes esperando complexidade de roteiro. Por isso, nem vale a pena resumi-la, pois ela não importa. É uma diversão família, típica Sessão da Tarde. E nessa proposta a produção se sai bem, tirando uma desnecessária piada de masturbação.

    O que interessa mesmo é ver os robôs brigando, e as batalhas são sensacionais, apenas com um defeito. Por causa do visual extremamente carregado dos robôs, fica difícil saber quem é quem. Enquanto no clássico desenho animado e nos brinquedos, os Autobots e os Decepticons tinham um design bem clean, no filme não é assim. São milhões de partes móveis, poluindo o visual dos personagens.

    Na longa batalha final, os únicos robôs identificáveis, por exemplo, são BumbleBee e Optimus. O primeiro, por causa de uma avaria ocorrida durante uma briga e o segundo, por suas cores e porque toda vez que aparece está fazendo um discurso (o que é muito chato...).

    No final de tudo, Transformers é o filme com as cenas de ação mais sensacionais do ano. Com um orçamento menor que de Superman Returns, por exemplo. E também um filme família superior à Quarteto Fantástico. Mas, continua sendo um filme de Michael Bay, então todos aqueles clichês como o exército salvando o dia estão lá. É um filme pra se assistir com o cérebro desligado, despreocupado com qualquer outra coisa. Faça isso e quando sair do cinema, vai se sentir uma criança depois de ter assistido um comercial de 2 horas de um brinquedo muito legal.

    Algumas considerações (antes que eu seja linchado):

    No começo do texto, eu disse que Transformers é a adaptação de uma linha de bonecos. Muita gente conhece os personagens a partir do desenho animado, mas eles surgiram primeiro como bonecos.

    Eu mesmo não lembrava do desenho, apenas de suas versões mais recentes, Beast Wars e Beast Machines. Então resolvi assistir alguns episodios da série clássica e cheguei a conclusão que tirando algumas homenagens, o filme não adapta os desenhos, mas simplesmente traz os robôs para uma nova audiência, com elementos da animação clássica para agradas os fãs mais velhos.

    Por isso na resenha, tratei o filme como um produto a parte. Tá explicado?

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