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Críticas: Harry Potter e a Ordem da Fênix

Demorou, mas tá ai!

Depois de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, a franquia do garoto-bruxo nos cinemas teve mudanças drásticas em suas características visuais. Os filmes passaram a ser mais sombrios, acompanhando a evolução das histórias, cada vez menos infantis no original literário. E os diretores que substituiram Chris Columbus (responsável pelas primeiras duas produções) tiveram mais liberdade para ousar. Essa liberdade trouxe aos novos exemplares da franquia, uma certa independência em relação aos livros (embora, por mais que fãs xiitas reclamem, as histórias continuem fiéis).

Em Ordem da Fênix, o quinto livro a ser adaptado para as telonas, não foi diferente. A começar pela cena inicial, em que notamos mudanças até no tema musical. Agora mais introspectivo, um piano introduz à sequência de Harry num parquinho infantil em um momento de solidão. Depois, ele e seu primo Duda são atacados por Dementadores (aqueles seres que parecem os fantasmas dos reis humanos do Senhor dos Anéis). Aí é que o diretor David Yates mostra a que veio. Ele cria suspense digno de um bom filme de terror.

Depois dessa cena pesada, Yates brinda os espectadores com um alívio. Potter e outros bruxos voando em suas vassouras pelos céus de Londres. E o filme segue nesse ritmo de cenas sombrias-alívio até o derradeiro final, com a batalha no Ministério da Magia, o ponto alto da produção.

O novo diretor seguiu a cartilha iniciada por Alfonso Cuarón em Azkaban. Com referências à filmes clássicos, nas cenas dos jornais mostrando o que acontece no mundo político bruxo, Yates nos brinda com um criativo jogo de edição e direção. Além disso, pela primeira vez, os personagens estão mais próximos de suas contrapartes literárias. Destaque para Neville Longbottom, finalmente deixando de ser o coadjuvante engraçadinho dos filmes e Rony Weasley, que também perdeu o estigma de amigo bobo de Harry Potter.

Porém, o grande problema de Ordem da Fênix é a sua fonte. O livro é considerado o mais fraco no que se diz respeito à história. Não há um grande mistério a ser desvendado, a não ser pela profecia, que só se revela importante nas duas últimas obras. A história toda é uma enrolação enorme, apenas para culminar na batalha entre Comensais da Morte e a Armada de Dumbledore. Talvez por isso, a duração menor, não chegando nem a 2 horas e 15 de filme. Não havia muito a ser mostrado, a não ser as sequências com Dolores Umbridge maltratando os alunos de Hogwarts.

Mas apesar disso, o quinto filme é um dos melhores da franquia. Talvez até mesmo por ter uma história fraca nas mãos, David Yates resolveu ousar mais que seu antecessor, Mike Newell, de Harry Potter e o Cálice de Fogo e criou um filme mais interessante de ser assistido. Dinâmico, apresentando vários pontos que se tornarão importantes nos próximos dois filmes, o diretor não perde tempo com sub-tramas bobas (que os fãs insistem em dizer que são indispensáveis).

Com isso, já garantiu a cadeira de diretor em Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Este sim, um livro difícil de adaptar, e considerado o melhor da série (mesmo após o lançamento do sétimo). Que venha novembro de 2008 (se não atrasarem o lançamento)!

Continua...
 
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