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Rapidinhas - Especial Adaptação de Games

Com a estreia, neste fim de semana, de Resident Evil – Recomeço torna-se propícia a análise do já citado filme, assim como outros que foram lançados neste ano. Então vamos lá.

Resident Evil – Recomeço: A série de filmes baseada num dos jogos mais influentes dos últimos 15 anos nunca agradou muito os fãs, mas isso não significa que as produções são de todo ruins. Tudo bem que pouco do estilo do jogo está nessas adaptações, mas convenhamos que são linguagens diferentes e o diretor e produtor Paul W.S. Anderson precisava fazer uma obra que agradasse também aos não iniciados no mundo de Resident Evil. O novo filme, que continua de onde parou o terceiro, tem um atrativo a mais por ser em 3D, mas segue a mesma linha de ação sem cérebro e história praticamente inexistente dos anteriores. Quem conhece os jogos sabe da complexidade da trama envolvendo a Umbrella Corp. e toda infestação de zumbis. Mas nos filmes é tudo muito preto-no-branco. Umbrella=vilão, zumbis=obstáculo pra se chegar ao vilão, Alice=heroína invencível. E é isso. O 3D porém, é incrível. Esse novo filme se vnagloria nos trailers de ter sido rodado com as câmeras desenvolvidas para Avatar de James Cameron. E com razão. Os estúdios que pensam em conversão pra 3D vão ficar morrendo de vergonha ao ver que um filme de entretenimento vazio como Resident se empenhou em criar uma experiência imersiva (a sequência final, com trilha da banda A Perfect Circle é de cair o queixo) que nenhuma dessas produções que as três dimensões são criadas de última hora podem proporcionar. Mas ao mesmo tempo que esse é o maior trunfo do filme, é também seu maior defeito, pois se tirar o 3D não sobra muito motivo pra assisti-lo no cinema. No fim, a impressão é que Resident Evil – Recomeço é um daqueles videos demo de lojas especializadas em TVs de última geração. Só serve pra mostrar como o 3D, quando pensado e filmado de forma correta, pode ser usado pra criar uma experiência única pro espectador.

Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo: Produzido pelo mago dos blockbusters Jerry Bruckheimer e pela Disney, a promessa de Príncipe da Pérsia era a de preencher o espaço ocupado pelos verões passados por Piratas do Caribe. Diversão, ação e efeitos de tirar o fôlego num filme voltado pra família toda. Mas não é bem isso. A ação está lá, os efeitos também, mas o filme não emplaca. A trama é simples demais e há uma necessidade incompreensível de torná-la truncada, o que faz o filme perder o ritmo consideravelmente em momentos que poderiam ser muito melhor aproveitados. Talvez tenha sido por falta de tato do diretor Mike Newell, mas As Areias do Tempo sofre do mesmo mal de sua contraparte dos games: depois de um tempo, as piruetas se tornam cansativas e repetitivas e a promessa de um “algo mais” em diversão nunca se concretiza.

Tekken: Jogos de luta foram a fascinação da garotada nos anos 90. E, praticamente todos ganharam versões de carne e osso, de Street Fighter a Double Dragon (putz!). Faltava mesmo uma versão americanizada de Tekken. Feito direto pro mercado de DVDs, um filme de baixo orçamento, com elenco desconhecido (a não ser por Cary Hiroyuki Tagawa, o eterno Shang Tsung da versão cinematográfica de Mortal Kombat e Gary Daniels, mas as participações são pequenas), acaba se saindo melhor do que as superproduções supracitadas. Os personagens estão lá e o filme não se sente acanhado em mostrá-los nas roupas ridiculas que os acompanha no jogo (com direito ao cofrinho sacana da Christie Monteiro). Ao contrário da última versão de Street Fighter, que inexplicavelmente tenta ser realista (?), Tekken se comporta como deve e apesar dos fracos efeitos, não faz feio nas coreografias e deve agradar os saudosistas que ainda se lembram dos gráficos 2D do jogo. Ah, a história? Fraquinha, fraquinha. Mas pelo menos parece ter sido rodada com honestidade.

King of Fighters: Mais um clássico dos anos 90. Esse sofre do mesmo pecado de Street Fighter – Legend of Chun Li. Se envergonha um pouco das origens do jogo e tenta criar um cenário em que as lutas só existem em outra realidade, pra servir de desculpa pros figurinos ridículos. Tem um elenco mais “conhecido” do que Tekken. Maggie Q e Ray Park. É, só eles. As lutas são bem coreografadas, afinal tem Park dando as piruetas que o tornaram famoso em Star Wars – Episódio I como Darth Maul, mas os efeitos são sofríveis. E o clímax do filme ocupa tempo demais numa luta que envolve quase todos os personagens contra o vilão, fugindo um pouco do clima de game de luta que Tekken conseguiu recriar tão bem.

Na resenha de Max Payne, há alguns anos, contestei a existência de filmes baseados em games. É que a maior parte dos jogos são “adaptações” de histórias que todo mundo já viu no cinema. A única coisa que faz compensar esse tipo de produção é a chance dos fãs verem seus personagens preferidos em carne e osso com alguns efeitos bacanas. As produções citadas nesse post parecem apenas confirmar o que eu já havia escrito. Não há nada de novo no reino dos games e seus filmes. E, pelo visto, nunca haverá.

Continua...
 
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