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Especial Blade Runner

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  • quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
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  • Alexandre Luiz
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  • Você deve estar se perguntando o que essa foto do Harrison Ford está fazendo no layout do Re-Enter desde semana passada. Bem, a imagem é do ator interpretando um de seus personagens mais importantes, o Det. Deckard, do filme Blade Runner. E está aí para celebrar o lançamento da tão aguardada Edição Especial em DVD, numa primorosa versão remasterizada, com algumas cenas a mais e efeitos melhorados. O fato é que Blade Runner finalmente recebe o tratamento merecido em mídia digital, sendo lançado também nos formatos em alta definição, com um DVD triplo, contendo a comentada versão nova, como também todas as versões do filme, a que foi para o cinema, a editada para TV e a Versão do Diretor de 1992. E para entender a importância de Blade Runner para o cinema contemporâneo é preciso entender o contexto em que a produção foi feita.


    Uma ficção científica noir


    Em 1981, o cinema noir já não existia como um estilo cinematográfico como na década de 40. Vez ou outra, uma produção surgia para reviver os bons tempos. Eram homenagens geralmente situadas no período em que Falcão Maltês, Laura ou Pacto de Sangue eram sucessos recentes. Ninguém imaginaria, portanto, que um jovem diretor inglês iria fazer sua própria homenagem ao noir em um filme de ficção científica.


    Talvez por isso, a Warner Bros. quando soube dos planos de Ridley Scott para transformar o filme Blade Runner, uma adaptação de um livro de Philip Dick, em policial alá anos 40, decidiu intervir. Mas, o diretor bateu o pé e conseguiu fazer seu filme, à sua maneira. Ou quase. Quando de seu lançamento, a mesma Warner decidiu mudar certos aspectos. Já que a idéia era uma homenagem ao noir porque deixar de fora um elemento tão comum: a narração em off. A versão original do filme não continha a voz de Harrison Ford, ou melhor, de seu personagem, Deckard, explicando cada acontecimento do filme. Às pressas, o estúdio providenciou que o ator fizesse a tal narração, o que não agradou em nada seu diretor. A narração serviu apenas para explicar coisas que não precisavam ser explicadas e o pior, da forma errada.


    Blade Runner – O Caçador de Andróides, estreou em 1982 como um fracasso de bilheteria. Foi nos anos seguintes que o filme se tornou o fenômeno que é hoje. Considerado uma das produções mais influentes da era contemporânea do cinema, seu legado é encontrado em filmes lançados não muito tempo depois, como Ruas de Fogo, e em produções recentes, como O Quinto Elemento, Matrix e Constantine.


    O filme descreve um futuro em que a Humanidade inicia a colonização espacial, para o que cria seres geneticamente fabricados - replicantes - utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colonias. Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "Mais Humanos que os Humanos", os modelos Nexus-6 são fisicamente idênticos aos humanos mas são mais fortes e ágeis. Devido a problemas de instabilidade emocional e reduzida empatia, os Replicants são sujeitos a um desenvolvimento agressivo, pelo que o seu período de vida é limitado a 4 anos.


    Após um motim, a presença dos Replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial especial - Blade Runners — para os caçar e "aposentar" (matar). Na história, um ex-Blade Runner - Deckard (Harrison Ford) - é levado a voltar ao ativa para caçar um grupo de Replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu Criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar à morte que se aproxima.


    Seu visual, além de ser uma grande homenagem, foi também uma grande influência para filmes e livros futuristas em cenário, anos mais tarde, denominado Cyberpunk. As histórias nessa concepção de mundo, se passam num futuro dominado por grandes coorporações, em que a chuva é ácida e a população sofre por falta de espaço e desigualdades sociais. A visão é cruel, mas com o passar dos anos, tem se tornado mais atual do que se poderia imaginar.


    Seus efeitos especiais foram um marco para a época. Carros voadores, painéis de propaganda gigantescos e céu cor-de-sangue são algumas das imagens que ficam na cabeça de quem assiste o filme, ainda hoje.


    Blade Runner ainda conta com um roteiro inteligente, que conta a história deixando várias pistas para serem discutidas no término do filme. Seria Deckard também um Replicante? Essa pergunta ainda ecoa pela mente de críticos, fãs de cinema ou simplesmente apreciadores do filme. A filosofia é exposta de forma a levar o espectador à uma pesada reflexão sobre temas como a vida e seu inevitável fim, a existência, dúvidas que permeiam a humanidade desde que o primeiro homem morreu para se tornar apenas memória, na lembrança de quem o conhecia.


    A Versão do Diretor


    Em 1990, um grupo de estudantes de cinema conseguiu uma cópia da versão original de Blade Runner, sem a narração em off e com um final mais abstrato do que o “viveram felizes para sempre” da versão de cinema. Com uma preciosidade dessas nas mãos, os estudantes começaram a promover exibições do material, até a Warner descobrir e perceber uma chance de ganhar dinheiro. Blade Runner – The Director’s Cut foi relançado nos cinemas, em cópias remasterizadas, em 92. Meses depois, a versão em VHS atingiu recordes de venda. Era a chance dos fãs reverem o filme, porém de uma forma nova, ou ainda, da forma como deveriam ter visto, 10 anos antes.


    A remasterização melhorou efeitos e trouxe mais cores ao filme. Pelo menos no que se podia fazer na época. A Versão do Diretor era considerada até hoje, a edição oficial do filme. Com a Final Cut, nome dado ao lançamento em DVD, Ridley Scott dá aos fãs do filme o que ele sempre quis.


    O Livro


    Blade Runner é baseado no livro Do The Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip Dick, autor de ficção científica famoso por suas histórias existencialistas, escritas no período em que se afundava nas drogas. O livro foi lançado em 1969 e seu enredo é muito mais complexo que o de sua adaptação. É, na verdade, um série de histórias paralelas envolvendo o nascimento de uma nova religião, os sonhos do personagem central e a existências de duas delegacias de polícia. Uma real e outra falsa.


    Alguns fãs reclamam da falta desses elementos no filme, no entanto, pouco antes de sua morte, em março de 82, Philip Dick declarou que gostou do que havia visto de Blade Runner até aquele momento. A produção seria lançada meses depois.


    O novo DVD


    Além das 4 versões do filme, o novo lançamento traz também um disco de extras, com um documentário definitivo sobre a obra, mostrando os bastidores, entrevistas com elenco e produtores e muito mais. O material promocional, como trailers e comerciais de TV, também estão disponíveis, para o deleite dos fãs que gostam de comparar como a edição dessas prévias diferem do que vemos atualmente.


    Para os mais afortunados financeiramente, há a opção de uma maleta contendo não só os DVDs como também alguns brinquedinhos interessantes: uma miniatura do carro de polícia voador do filme, um origami de unicórnio e um cartão tridimensional com uma cena do filme. A diferença desse lançamento no Brasil é que no nosso país não virá a quinta versão de Blade Runner, justamente a mais interessante, pois sua edição se difere muito das outras 4, inclusive com uma trilha sonora diferente da composta por Vangelis.

    3 comentários:

    Unknown disse...

    qdo o assunto eh blade runner, num tem pra ngm!! ;)
    *** eu qinda vejo esse dvd =P ***

    Anônimo disse...

    ficou muito bom o texto. profissional, parabens. aproveita o trabalho q vc teve e tenta enviar pra alguma publicação, impressa ou de internet. conta pontos pra vc se rolar.

    Anônimo disse...

    ficou muito bom o texto. profissional, parabens. aproveita o trabalho q vc teve e tenta enviar pra alguma publicação, impressa ou de internet. conta pontos pra vc se rolar.

     
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