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Especial O Cavaleiro das Trevas: Relembrando Batman Begins pt.2

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  • quarta-feira, 2 de julho de 2008
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  • Alexandre Luiz
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  • A produção de Begins

    Até 2005, Batman foi produzido como filme noir (nos seriados dos anos 40), como kitsch (na série dos anos 60 e nos dois filmes do Schumacher) e gótico (nas produções do Tim Burton). Porém, nos quadrinhos, Batman é um misto de terror e policial. Algo saído dos livros pulp, das novelas de rádio do Sombra e dos filmes expressionistas. Pela primeira vez, então, surge um diretor que sabe disso e produz um filme do Batman assim. Chris Nolan, quando foi contratado pela Warner deixou bem claro que seu filme seria realista, baseado em filmes policiais dos anos 70 e com um visual no estilo de Blade Runner. Seu Homem-Morcego seria um personagem profundo, bem construído e com um motivo maior do que ser órfão, para lutar contra o crime.
    Pelo que da pra conferir nos making ofs e no próprio filme, é exatamente isso que Nolan fez. O uso de Chicago para caracterizar Gotham foi perfeito. Afinal, Gotham sempre foi baseada em Chicago da época de Capone. As seqüências gravadas em estúdio, mas que representam os becos e docas de Gotham também foram muito bem produzidas para que parecessem o mais real e verossímil possível. Esqueça a arquitetura gótica, as estátuas gigantes e céu avermelhado. A cidade neste filme é criada como uma metrópole de verdade. Poderia ser Nova York, Chicago, ou até mesmo São Paulo.
    Outro ponto positivo para Nolan é que ele tem a consciência que se um filme quer ser levado a sério, não pode se dar ao luxo de ser um espetáculo em computação gráfica. Pra garantir isso, o próprio diretor editou o filme, da sua maneira. Há uma cena com Batman no topo de um edifício, que geralmente seria feita por um dublê virtual. Mas em Begins, o que estamos vendo é um dublê de verdade, na roupa de morcego, parado, vigiando a cidade que está abaixo. Não é nem mesmo um efeito adicionado no chromakey. Os poucos efeitos em CGI existem porque eram necessários e não porque seriam mais fáceis de serem feitos. O trem elevado (um cenário importante no desfecho do fime) é um exemplo disso, e mesmo assim ele não foi totalmente produzido por computação gráfica.
    A edição do filme é parecida com a edição de filmes de suspense. As lutas sofreram uma edição rápida, que não permite se identificar muito o que está acontecendo, mantendo o mistério que a produção exige. Além disso, é marca registrada de Nolan, colocar o espectador “dentro do filme”. Uma boa amostra disso é a sequência da luta entre Bruce Wayne e Ducard no lago de gelo e na queda do pequeno Bruce no poço infestado de morcegos.
    Para encerrar, a fotografia do filme é parecida com a fotografia do primeiro “O Corvo” e com “Blade Runner”. Contrariando a opinião de muitos críticos que preferem algo no tom do que foi visto em “Constantine” e “Hellboy”, Nolan mostra que a escolha foi bem feita, e cria um clima sombrio e sujo para o filme.

    Produção
    Avaliação 10/10

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