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Crítica: Garotos Perdidos - A Tribo

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  • terça-feira, 29 de julho de 2008
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  • Alexandre Luiz
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  • Um dos filmes mais marcantes das inúmeras sessões da tarde da minha infância e adolescência foi Garotos Perdidos. Dirigida por Joel Schumacher, com Jason Patric, Corey Haim, Corey Feldman e Kiefer Sutherland como o líder de uma gangue de vampiros, a produção marcava por seu visual kitsch (“aperfeiçoado” pelo diretor em Batman & Robin) e por uma incomum abstração nas cenas que mostravam a lenta transformação do personagem principal em uma criatura da noite.

    Durante anos, uma continuação desse clássico dos anos 80 foi cogitada mas nunca saía. Até quem em 2007, finalmente confirmaram: Lost Boys – The Tribe seria lançado em 2008. E o melhor, traria os dois Coreys do original, os atores mirins mais cogitados da “década perdida”. Ora, só isso já serviria para deixar um fã de Garotos Perdidos ansioso. Mas... começaram as notícias de teor duvidoso. Na direção, ao invés de alguém com, pelo menos alguns, maneirismos visuais pra substituir Schumacher, foi contrato um tal de P.J. Pesce. No currículo do desconhecido cineasta? A trash seqüência de Um Drink no Inferno. Pra piorar, o filme seria lançado direto pra DVD, o que geralmente significa “bomba a vista”.

    Eis que, neste final de semana, foi lançado nos EUA, então, a esperada continuação. E o que dizer do resultado final? Como dito acima, Pesce dirigiu um filme de vampiros trash na sua carreira e, sabe Deus porquê, achou que Lost Boys deveria seguir a mesma cartilha. Já na sequência inicial temos cabeça decapitada, vísceras a mostra e uma praia de estúdio. É, isso mesmo... areia de verdade com fundo de chromakey para a paisagem marítima. A história mostra dois irmãos Chris (Ted Hildenbrink) e Nicole Emerson (Autumn Reeser) (compartilham o mesmo sobrenome dos irmãos do original, embora nenhuma relação seja mencionada) chegando a Luna Bay, cidade paraíso de surf, depois de terem perdido os pais num acidente de carro. Lá se encontram com Shane, famoso surfista que desapareceu anos atrás. Vivido por Angus Sutherland (meio-irmão de Kiefer), o rapaz é líder de uma gangue de vampiros-surfistas-jackass. Não, você não leu errado. A trupe é tão idiota que vivem se mutilando, simplesmente porque podem se regenerar. Adicione mais vísceras à mostra na lista de violência gratuita.

    A história é quase um remake do original, mas com nenhuma das características que o fizeram um clássico. Incluindo a trilha sonora, que conta com as musicas mais equivocadas possíveis nos piores momentos. A única mais ou menos aceitável é o cover de Cry Little Sister, tema do primeiro, numa versão meio gótica.

    Quanto às atuações, bem, vamos dizer que Sutherland é o que mais se esforça. Mas não convence. O único ponto positivo está em Corey Feldman reprisando o papel do caçador de vampiros Edgar Frog. É incrível como ele interpreta o personagem da mesma maneira que o fez em 1987. As mesmas manias absurdas, o olhar de paranóia, está tudo lá. E, realmente, ainda bem que sua participação não foi uma ponta de 5 minutos. Se não tivéssemos a presença de Feldman, esse filme não valeria em nada o que foi gasto na sua produção.

    O pior acabou ficando pro final, já que depois dos créditos temos um gancho para uma continuação que simplesmente acaba com a graça do outro Corey, o Haim, que aparece como seu personagem Sam Emerson, transformado em vampiro, prestes a sair no braço com Feldman, por algum motivo que envolve a morte do outro irmão Frog, Alan.Se você, depois dessa resenha, for masoquista o suficiente pra assistir esse filme, repare nas referências ao primeiro. Principalmente na participação de Tom Capello como um mendigo tocando sax. É uma brincadeira muito sem graça com ele mesmo, já que no primeiro filme ele aparece cantando uma de suas músicas, numa performance parecida. A diferença aqui é que Capello está barrigudo e sem noção.

    E pensar que durante a produção, os fãs chegaram a fazer petição online pra essa bomba ser lançado nos cinemas.

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