Tenho saudades do Tim Burton. Um diretor de enorme criatividade visual e sensibilidade pra contar histórias que são verdadeiros contos-de-fadas contemporâneos. Infelizmente para o cinema, Burton não existe mais da forma como conhecíamos. Hoje, ele caiu numa armadilha que parece ter sido armada por si mesmo. Parou no tempo, num visual que nem de longe é tão impressionante do que ele criou em Edward Mãos de Tesoura ou Batman Returns, por exemplo. Talvez por, na época, sua inventiva personalidade dependesse de efeitos práticos, e não de computação gráfica, sua filmografia até o início dos anos 2000 seja muito mais interessante. Ou, simplesmente por ter se rendido à indústria, deixando de lado o que realmente significa o cinema autoral.
Edward Mãos de Tesoura foi a primeira parceria de Burton com Johnny Depp. E também é um filme de momentos tão marcantes e sinceros que impressiona ter sido dirigido pela mesma pessoa que neste ano entregou uma versão fria e sem ritmo de Alice no País das Maravilhas.
A cena abaixo é minha preferida. A montagem, o clima melancólico marcado pela trilha de Danny Elfman, a fotografia, tudo colabora pra fazer da dança no gelo uma sequência marcante pra quem cresceu assistindo esse filme nas sessões da tarde da vida.
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