Sem Limites (Limitless, 2011) - Um filme não precisa ser "cabeça" pra ser bom. E pode ser inteligente sem se tornar intragável para as massas. Partindo dessa ideia, Sem Limites agrada por ser um filme direcionado ao grande público, sem subestimá-los. O thriller mostra Eddie Morra (Bradley Cooper), um escritor vivendo um momento de bloqueio criativo. Surge então seu ex-cunhado, um traficante de luxo, que lhe oferece uma nova droga, com a promessa de poder ampliar a capacidade do cérebro humano. Morra aceita tomá-la e, com apenas um comprimido, escreve praticamente metade de seu livro. Procurando sair do momento de fracassos em que se encontra, começa a tomar mais doses, passando por transformações radicais em sua vida, o que inclui ser perseguido por um misterioso grupo. Sem Limites tem vários elementos típicos de Philip Dick, como a própria droga, e algumas sutilezas irônicas do texto. Um bom exemplo é o agiota a quem Morra recorre para iniciar seus empreendimentos. Quando ele toma a droga e se descobre inteligente, cita descobertas que fez no Google. A direção de Neil Burger também é acertada, usando recursos visuais sofisticados e uma montagem ágil para contar a história. E há também Robert De Niro, que embora não apareça muito, foge da interpretação caricata a que tem se dedicado nos últimos anos.
Desconhecido (Unknown, 2011) - Liam Neeson parece ter gostado de ser um herói de ação em Busca Implacável e se arrisca novamente com Desconhecido, um thriller bastante eficiente em prender a atenção do espectador (não é pra isso que são feitos, afinal?). Jaume Collet-Serra dirige o longa que mostra Neeson como o Dr. Martin Harris, chegando com sua esposa em Berlin para uma conferência científica. Mas, ao pegar um táxi, sofre um acidente, e quando acorda descobre que sua mulher não o reconhece e há outra pessoa se fazendo passar por ele. É a típica trama de colocar um personagem comum em situações extraordinárias, o que torna Desconhecido um pouco menos interessante pra quem já está acostumado com thrillers dessa linha. Fica a impressão de que o filme seria muito melhor num mundo onde Busca Frenética, de Roman Polanski ou Cortina Rasgada, de Alfred Hitchcock nunca tivessem sido feitos. No mais, existem boas cenas como a perseguição pelas ruas da cidade alemã ou o clímax, apesar dessa última não conter muitas novidades.
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