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Resenha: Falling Skies

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  • terça-feira, 21 de junho de 2011
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  • Alexandre Luiz
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  • Invasão alienígena é um dos temas mais conhecidos da ficção científica, já tendo alavancado produtos nas mais diversas mídias ao longo dos anos. Então, quando alguém anuncia a produção de um seriado de TV sobre o assunto, a expectativa não é das maiores, já que dificilmente algo de novo possa sair da empreitada. Porém, quando o nome de Steven Spielberg está ligado ao projeto, a coisa muda de figura. Nos últimos meses, com trailers sendo lançados mostrando uma produção caprichada, Falling Skies acabou gerando curiosidade que se transformou numa audiência muito satisfatória. Foram 5.9 milhões de pessoas ligadas na TNT norte-americana, num domingo cuja programação estava lotada de atrativos, entre eles o final de temporada de Game of Thrones.

    Mas e aí? A série é tudo isso mesmo? Mais ou menos. Na verdade, ela tem uma característica que pode ser seu maior trunfo, mas também seu maior problema. A trama não está interessada em grandes batalhas, mas em desenvolvimento das relações entre os personagens e nas condições que a humanidade enfrenta, meses depois de ter o planeta invadido por uma espécie alienígena nada pacífica. A primeira sequência do episódio piloto já demonstra isso. A partir da narração das crianças e de desenhos feitos por elas, o espectador é introduzido ao cenário no qual o seriado se passa. Que forma melhor de mostrar a desesperança do que colocar crianças para falar que a humanidade luta pra não ser extinta?

    A série gira em torno do núcleo formado por Tom Mason (Noah Wyle) e seus dois filhos, Hal (Drew Roy) e Matt (Maxim Knight). Eles foram pegos em cheio, como várias famílias. Tom perdeu a esposa e seu outro filho, Ben, está desaparecido, provavelmente levado pelos skitters, como os humanos chamam a raça invasora. Além deles, a médica Anne Glass, vivida por Moon Bloodgood, adiciona um pouco mais de humanidade em uma sociedade vivendo em tempos de guerra.

    Por falar em batalha, claro que existe a figura militar. Weaver, interpretado por Will Patton, perdeu tanto quanto todos e tenta manter a ordem de seu "pelotão" enquanto enfrenta certa hostilidade por tratar os civis que não estão na luta armada como um fardo a ser carregado durante as horas de tensão.

    Mas por que, então, esse cenário interessante de relações humanas pode também ser um defeito? Porque depois de Lost, a TV norte-americana transformou histórias de sobrevivência em uma fórmula batida. O que os produtores de toda série que surgiu como versão genérica do seriado de J.J. Abrams parecem esquecer é que Lost mudou completamente de estrutura na segunda temporada justamente por que a narrativa de reality show não estava funcionando o suficiente pra manter o espectador interessado.

    Soma-se a isso que o nome de Spielberg não pesou tanto na criação dos efeitos especiais e o resultado é um programa de TV que, embora tenha começado com bons números, pode vir a perder audiência. Chega a ser um tanto vergonhoso imaginar que o homem que revolucionou os efeitos no cinema não consiga trazer nada de extraordinário para a TV. Os alienígenas de Falling Skies não são dos mais interessantes e o recurso de mostrá-los quase sempre no escuro, revela a preocupação em esconder defeitos de finalização dos bichos.

    De qualquer forma, Falling Skies merece ser acompanhada, já que ainda é cedo pra julgar se ela será um fracasso em termos de história. Ela pode mudar nos próximos episódios e de qualquer forma, hoje em dia não é a qualidade que dita a regra, mas a audiência. Claro que o público não é idiota a ponto de assistir algo que não gosta, mas o seriado pode agradar quem não conhece The Walking Dead, ou Lost, ou Jericho, ou... bom, entenderam, né? Nesta temporada, 10 foram encomendados. A estreia no Brasil acontece nesta sexta-feira, 24 de junho pelo TNT, com legendas e pelo canal Space, com áudio em português.

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