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Rapidinha: Arthur - O Milionário Irresistível (2011)

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  • segunda-feira, 18 de julho de 2011
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  • Alexandre Luiz
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  • Não adianta reclamar das inúmeras refilmagens que nos últimos anos têm invadido os cinemas. Está fora do alcance de meros mortais, o fato de que os estúdios vêem numa marca que já rendeu bons números, a chance de lucrar novamente. Porém, o caso de Arthur - O Milionário Irresistível merece ser levado em consideração. Primeiro porque a refilmagem da comédia romântica estrelada por Dudley Moore e Liza Minelli em 1981 foi um fracasso de bilheteria tão grande que a Warner sequer perdeu tempo em lançá-lo nos cinemas brasileiros, levando o longa direto pras prateleiras das locadoras. Segundo, porque o filme não falha apenas como produto da indústria cinematográfica e sim como um filme cujas melhores piadas já estavam prontas do original.

    Russell Brand, o novo Arthur, até consegue ser engraçado, mas na maior parte do tempo tenta emular os trejeitos e mesmo a voz de Moore, o que chega a ser um tanto irritante. Mas o que realmente incomoda no remake é como as alterações do roteiro chegam a ser ofensivas com o material original. Modificações são necessárias, pra pelo menos justificar uma refilmagem, mas quando mudam atitudes chave dos protagonistas, alterando, assim, a essência da trama, a linha entre desrespeito e criatividade fica muito fina, e com certeza foi quebrada neste caso.

    Uma prova de como as mudanças não fizeram bem ao filme está justamente quando a película recria cenas do Arthur oitentista. A maior parte parece totalmente fora de contexto, exatamente porque os personagens já não são mais os mesmos que disseram essa ou aquela fala quando eram interpretados por Moore ou Minelli.

    Pra não parecer que o longa é uma completa decepção, a maior parte das piadas envolvendo símbolos da Cultura Pop são engraçadinhas, embora clichê. Helen Mirren como a "babá" de Arthur está ótima, mas isso porquê a atriz é talentosa e consegue usar o texto a seu favor, mesmo quando o roteirista Peter Baynham tira toda a elegância dos momentos finais de sua personagem, como mostrados no original, pra cair na cilada do melodrama desnecessário.

    Por falar em momentos que não deveriam estar ali, é impossível não se sentir ofendido pelo roteiro quando o filme precisa ser didático pra explicar que Arthur, embora seja milionário, leva uma vida vazia. Isso com quase 80 minutos de projeção. O original faz isso nos 5 minutos iniciais, de forma natural e quem assiste entende o recado sem a necessidade de um discurso arrependido do protagonista.

    Pra quem for assistir o filme, um recado: aprecie a bela animação usada nos créditos finais. Mesmo que a esta altura seja meio tarde pra tentar remediar, pelo menos não terá sido uma total perda de tempo.

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