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Crítica: Os Especialistas

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  • sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
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  • Alexandre Luiz
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  • Vender um filme de ação como "baseado em uma história real" é partir do princípio que o público-alvo do gênero adoraria viver num mundo onde agentes secretos e assassinos de aluguel pulam de telhados em telhados, atirando uns nos outros, em alguma missão patriota. É a explicação mais plausível para a existência de um longa como Os Especialistas, que desde o primeiro trailer promete ação desenfreada, altas doses de adrenalina e Jason Statham quebrando tudo que encontra pelo caminho. Tudo isso, embalado na premissa de que, em algum dia e algum lugar, realmente houve tal trama.

    O filme mostra Statham como Danny, um ex-mercenário que volta à ativa para cumprir a missão que Hunter, seu mentor interpretado por Robert De Niro, recusou. Contratado por um Xeque (Rodney Afif) em Omã, o protagonista precisa eliminar os agentes da SAS (as Forças Especiais Britânicas) que mataram os três filhos de seu empregador. Caso falhe na missão, Hunter será morto. O plano segue bem até chamar atenção dos Feathermen, um grupo secreto de agentes ingleses, liderados por Spike (Clive Owen), que protegem seus colegas de profissão e começam um jogo de gato e rato para deter o assassino vivido por Statham. Se o diretor Gary Mckendry tivesse se mantido fiel à essa premissa, e claro, se fosse provido de algum talento como cineasta, faria de Os Especialistas um tenso thriller, capaz de segurar o espectador apenas pelo constante senso de perigo que ronda os personagens. Ao invés disso, aliado ao fraco roteiro de Matt Sherring, prefere conduzir sua obra como um filme de ação genérico, cuja grande maioria das cenas são recicladas de inúmeros outros títulos (alguns, inclusive, muito mais eficientes). Além da pouca originalidade nas cenas mais movimentadas, há também o irritante arrependimento de Danny logo no início da projeção, que o faz se aposentar de sua famigerada profissão. Além de clichê, é de uma artificialidade imensa, que não convence nem os fãs mais entusiasmados de Statham.

    O ator, por sinal, não exibe nem um quinto do carisma que o fez se tornar um dos poucos ídolos do "cinema brucutu" dos anos 2000, e nem um resquício do talento que mostrou em Efeito Dominó, outro longa que ostenta ser baseado em uma história real, mas que tem ao menos a decência de ser bom.

    Os coadjuvantes, Owen e De Niro fazem jus à classificação. Embora o primeiro tenha uma participação mais ativa, fica difícil para o público condenar os atos de seu personagem, que, dentro do contexto, é a única pessoa sensata da trama. Já o ator que um dia foi considerado o "melhor de sua geração" continua sua missão para se autodestruir. É a única explicação pra De Niro aceitar participar de filmes como esse, que em nada acrescentam à sua filmografia, muito pelo contrário, só a comprometem.

    Como já citado, o roteiro é fraquíssimo, não apenas na maneira como decide conduzir a história, mas na criação de diálogos risíveis. Chega a ser constrangedor quando Adewale Akinnuoye-Agbaje, o contato de Statham com o Xeque, diz algo como "Você pode ter desistido das mortes, mas as mortes não desistiram de você". Além disso, há um dos romances mais descartáveis dos últimos tempos (pelo menos em filmes de ação), envolvendo Danny e Anne (Yvonne Strahovski). Como se a já citada crise de consciência do início do longa não bastasse, o texto ainda empurra um par romântico artificial para o personagem principal, mostrando que os realizadores não tem a menor confiança de que o público possa aceitar um verdadeiro anti-herói, sem traços falsos de bondade que só tornam piegas o que deveriam ser os momentos dramáticos do thriller.

    Mas nada disso é tão grave quanto o marketing usado para promover a fita. A tal "história real" citada no primeiro parágrafo nunca foi confirmada e há relatos de que o autor do livro que inspirou o filme, Ranulph Fiennes, tenha confidenciado para amigos íntimos que sua obra nunca passou de mera ficção. Claro que teóricos da conspiração irão dizer que isso é contra-propaganda, já que o governo inglês sempre negaria a existência, tanto de atos cruéis em Omã, quanto de um grupo secreto destinado à proteção de seus operativos aposentados. Por conta disso, Fiennes sempre foi desacreditado, inclusive por familiares das vítimas citadas, tanto em seu livro, quanto no filme com Statham. Também pudera. Com personagens tão mal desenvolvidos, trama tão rasa e cenas de ação tão clichê, essa trama toda só poderia acontecer mesmo em uma produção ruim para o cinema.

    3 comentários:

    Anônimo disse...

    gostei do filme. vejo filme de ação como diversão, só analiso e uma cena é plausível ou nao

    Anônimo disse...

    gostei do filme. vejo filme de ação como diversão, só analiso e uma cena é plausível ou nao

    Anônimo disse...

    gostei do filme. vejo filme de ação como diversão, só analiso e uma cena é plausível ou nao

     
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