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Rapidinhas: Ser Vampiro nos anos 80 era um barato!

Vou começar o mês falando de filmes de vampiro, numa série de 3 posts, cobrindo 3 décadas do produções sobre essas criaturas tão fascinantes.

O vampirismo no cinema se confunde com a própria história da sétima arte. Filmes sobre os chupadores de sangue existem desde os primórdios: Do Expressionismo Alemão de Nosferatu, passando pelas inúmeras versões de Drácula, além das produções trash dos anos 70, vampiros sempre exerceram grande interesse no público, fazendo com que nunca saíssem de moda.

Porém, nas últimas 3 décadas tivemos versões que mostraram algo mais, influenciando outras inúmeras interpretações do mito dessas criaturas da noite. Pra começar, vamos passar pela década de 80, que produziu, pelo menos, 4 longas indispensáveis pros fãs do vampirismo.

Fome de Viver (The Hunger, 1983) - Um ano após Ridley Scott apresentar sua extravagância visual em Blade Runner - O Caçador de Andróides, seu irmão, Tony, debuta no cinema com um filme que surge quase como uma prova do talento dessa família em produzir longas com grande apelo de estilo. E isso Fome de Viver tem muito. Uma espécie de resposta ao movimento gótico da época, identificada principalmente pela sequência inicial, embalada pelo grande sucesso do grupo Bauhaus, que na voz de Peter Murphy cantava que Bela Lugosi (o mais famoso Drácula do cinema) estava morto. Na trama, um casal vivido por Catherine Deneuve e David Bowie vive há centenas de anos se alimentando do sangue de suas vítimas para manter a juventude eterna. Porém, ele começa a envelhecer rapidamente, o que já aconteceu antes com parceiros dela, fazendo com que Deneuve inicie a busca por uma nova companhia, uma médica que estuda envelhecimento precoce, vivida por Susan Sarandon. É uma interpretação diferenciada do mito dos vampiros (palavra que nunca é dita no filme) que utiliza vários ícones como o caixão, a luz do sol e o as presas para sugar o sangue, de forma inteligente e criativa. Além disso, inova por se tratar de um romance lésbico (incluindo uma controversa cena de sexo entre ambas protagonistas). Apesar de pecar no roteiro, que é bem raso e não chega a uma conclusão muito satisfatória, principalmente levando em conta o livro que inspirou o roteiro. Para que a "vilã" fosse punida por seus crimes, os produtores insistiram em mudar completamente o tom do desfecho, sacrificando um final pessimista e trágico. Porém, por seu visual marcante e sensual e sua edição bastante inspirada, Fome de Viver é uma das produções mais interessantes dos anos 80 quando o assunto é o vampirismo. Apesar de ter sido um fracasso na época do seu lançamento, adquiriu o status de cult tempos depois, graças ao movimento gótico que foi ganhando força ao longo da década.

A Hora do Espanto (Fright Night, 1985) - Este é um dos vários exemplos de Terrir, misto de terror e comédia que foi bastante popular na década de oitenta. A trama, nitidamente inspirada por Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock, mostra um garoto (William Ragsdale) que passa a desconfiar que seu vizinho (Chris Sarandon) é um vampiro que tem matado um grande número de garotas em sua cidade. Pra ajudar a enfrentar o chupador de sangue, busca ajuda de Peter Vincent (Roddy McDowall), um antigo ator de filmes de terror que agora apresenta fitas trash num programa de TV. Muito do que o longa acerta está na participação de McDowall, que cria um personagem muito divertido e no vampiro vivido por Sarandon, ator que se entrega totalmente à proposta e está extremamente confortável no papel. Já boa parte dos problemas residem no rápido descarte de personagens como a mãe do jovem protagonista e mesmo seu melhor amigo (Stephen Geoffreys), que apesar de importante para a trama, não consegue alcançar todo seu potencial. Apesar de algumas cenas violentas, no entanto, A Hora do Espanto é uma boa diversão, ficando mais próximo à clássicos da Sessão da Tarde do que a um terror de bons sustos.

Garotos Perdidos (The Lost Boys, 1987) - O mais oitentista dos filmes de vampiro. Com direção de Joel Schumacher, o longa mostra as criaturas da noite com forte inspiração no Rock and Roll. Diane Wiest faz a mãe divorciada que se muda com seus dois filhos para a pequena cidade de Santa Carla, na costa da Califórnia. Michael (Jason Patric), o mais velho, acaba se envolvendo com uma gangue de motoqueiros e é transformado em um vampiro. Seu irmão, vivido por Corey Haim, começa a desconfiar de algo errado e procura ajuda dos caçadores de vampiros locais, os irmãos Frog (Corey Feldman e Jamison Newlander). Além disso, Wiest começa a se envolver com o misterioso Max (Edward Herrmann), que pode ser um poderoso chupador de sangue, líder da gangue que transformou o personagem de Patric. Garotos Perdidos é uma produção bem sucedida em amarrar tantos subplots e ainda divertir sem, em nenhum momento, parecer arrastado. O roteiro também não faz uso de elementos desnecessários e Joel Schumacher cria uma obra que, apesar do forte apelo visual, não falha no desenvolvimento de seus vários personagens. Entretenimento de qualidade que inspirou várias obras do gênero, principalmente por seu tom que flerta com a comédia e com o terror, encontrado em outras produções posteriores, como Buffy, por exemplo.

Quando Chega a Escuridão (Near Dark, 1987) - Kathryn Bigelow executa aqui um exercício cinematográfico cuja pretensão é unir dois gêneros: terror e western. Lançado nos cinemas com apenas três meses de diferença entre Garotos Perdidos, Quando Chega a Escuridão tem uma trama muito parecida. Ambos protagonistas moram com pais solteiros (aqui é o pai que cuida da família) e tem irmãos menores (neste, uma irmã). Nas duas produções os vampiros são mostrados como um grupo quase familiar, e em ambos os casos há uma criança chupadora de sangue. No filme de Schumacher, o personagem de Jason Patric é atraído por uma garota e, de forma muito similar, o protagonista, aqui vivido por Adrian Pasdar (o Nathan Petrelli, de Heroes), também. Mas enquanto Garotos Perdidos busca uma abordagem pop/rock dos vampiros, Quando Chega a Escuridão é muito mais sombrio, psicológico e romântico. Sim, romântico, porque no fim, o longa da agora oscarizada Bigelow, fala do romance entre o confuso personagem de Pasdar e Mae (Jenny Wright), a garota que o transformou. O ator encarna Caleb Colton como alguém que, ao perceber sua natureza, entende que perdeu o lugar em sua família e tenta abraçar o clã a qual sua nova namorada pertence. O problema são as questões morais: matar pra se alimentar, deixar uma vida inteira pra trás, etc. Com o cenário do oeste norte-americano, com suas paisagens melancólicas quando a noite cai, o longa evolui, com coerência, o protagonista e sua experiência ao lado do grupo liderado por Jesse (Lance Henriksen). Bigelow constrói gradualmente as intenções destes violentos vampiros, principalmente o imprevisível Severen (Bill Paxton), que vê em Caleb uma ameaça à sua vice-liderança. Paxton começa o filme como um clichê ambulante, mas depois se revela, na tensa cena do bar, um vilão ameaçador, com uma interpretação surpreendente. A diretora chega ao fim da década entregando um obra de identidade própria, usando elementos de roteiro típicos de terror com signos inerentes ao western, cuja maior realização está no clímax, que envolve Pasdar cavalgando pela rua principal de sua cidade e se preparando para um duelo à luz da lua (subvertendo, assim, uma das mais icônicas imagens do faroeste: o duelo ao sol). O filme ainda conta com momentos inspiradíssimos (destaque para o ataque ao bangalô onde o clã se hospeda por uma noite), e uma trama que precede o que iria acontecer na década seguinte: o vampirismo como centro e não como o antagonismo clássico a que o cinema estava acostumado.


Não perca, semana que vem a segunda parte deste post, com os vampiros no cinema nos anos 90.
Continua...

Youtube libera histórico show Queen at Wembley Stadium na íntegra!

Se estivesse vivo, Freddie Mercury comemoraria hoje, 65 anos. Em sua homenagem, o perfil oficial do Queen no Youtube liberou, de hoje até amanhã, o clássico concerto da banda gravado em 1986 no Estádio de Wembley. É um registro histórico do maior momento do grupo, obrigatório pros fãs, não apenas de rock, mas de boa música.

E assista logo, porque amanhã sai do ar ;)



1. One Vision
2. Tie Your Mother Down
3. In the Lap of the Gods
4. Seven Seas of Rhye
5. A Kind of Magic
6. Another One Bites the Dust
7. Who Wants To Live Forever
8. I Want to Break Free
9. Impromptu
10. Brighton Rock
11. Now I'm Here
12. Love of My Life
13. Is This the World We Created
14. Bohemian Rhapsody
15. Hammer To Fall
16. Crazy Little Thing Called Love
17. Radio Ga Ga
18. We Will Rock You
19. Friends Will Be Friends
20. We Are the Champions
21. God Save the Queen
Continua...

Anne Hathaway em ação no set de O Cavaleiro das Trevas Ressurge

As gravações em Los Angeles do terceiro Batman não estão sendo fotografadas como as de Pittsburgh, devido à segurança apertada por lá, então sempre que surge alguma novidade, é bom postar, né?

Ontem foi rodada uma cena na qual Anne Hathaway, sem a caracterização de Mulher-Gato, enfrenta um dos capangas de Bane (provavelmente). Confira as imagens abaixo.



Batman - O Cavaleir0 das Trevas Ressurge estreia em julho de 2012.
Continua...
 
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