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Crítica: O Incrível Hulk

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  • domingo, 15 de junho de 2008
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  • Mauro A. Barreto
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  • Essa vai ser a primeira de uma série de mini-resenhas que escreverei no decorrer da semana. A prioridade não podia ser para outro filme que não O Incrível Hulk, mais novo lançamento da franquia de super-heróis produzida pela Marvel Studios. E devo dizer, a Marvel está fazendo um ótimo trabalho, acertando o tom das adaptações de quadrinhos como poucos conseguiram antes. O legal desse filme do Hulk e do filme do Homem-de-Ferro é que eles conseguiram dosar muito bem a ação no decorrer do filme, transmitindo aquela característica dinâmica da leitura de histórias em quadrinhos.

    Como sabemos, esse novo filme do Hulk é uma espécie de sequência do filme de 2003, ao mesmo tempo em que é uma recriação da franquia. Isso tem pontos positivos, como o de não perder tempo explicando a origem do personagem, coisa que já foi feita à exaustão no filme de Ang Lee, mas também tem uns pontos negativos, que é o fato de que algumas coisas simplesmente não se encaixam com o conteúdo do primeiro filme. Um exemplo disso é a cena em que o General Ross diz que sua filha Betty Ross (Liv Tyler, linda e sempre com aquela vozinha suave que quase não sai da garganta) irá se impressionar quando ver no que seu amado Bruce Banner é capaz de se transformar. E de fato ela se impressiona. Aí eu pensei: “Mas pô! A Betty já viu o Hulk no primeiro filme!”. Enfim, são detalhes que na verdade podem ser até ignorados porque estamos ali para ver o Hulk esmagando tudo, dentro de uma história coesa e bem amarrada, é claro. E o filme vai bem nesses aspectos.

    Um aspecto muito valorizado pelos fãs do filme de 2003 é aquela coisa da sensibilização com relação ao homem que se transforma em monstro e tal. O problema é que, apesar de eu também gostar desse primeiro filme, concordo que ele acabou ficando muito dramático e deixou o potencial do personagem para boas cenas de ação um pouco de lado. Nesse novo filme, Edward Norton é o responsável por boas cenas mostrando Bruce Banner sofrendo como um desgraçado, principalmente no início do filme, quando o cara está refugiado no Brasil (na Favela da Rocinha, é claro... existe lugar mais seguro e amistorso para um americano que não fala português querer se refugiar?), fazendo um bico em uma fábrica de sucos (muito boa a cena entre Banner e o dono da fábrica, aliás, mostra bem o “jeitinho brasileiro” de se fazer as coisas) e tendo aulas particulares de jiu-jitsu com Rickson Grayce (numa participação bem legal que eu não estava esperando ao entrar no cinema).


    Aliás, esse é um ponto que eu vou aproveitar pra emendar outro assunto aqui, rapidamente. Não entendo o favoritismo que a imprensa brasileira adota com certas celebridades ao participarem de filmes estrangeiros. Por exemplo, se Rodrigo Santoro aparece fazendo papel de estátua durante 10 segundos de um filme qualquer, você vai ouvir sobre isso durante pelo menos um mês inteiro. A mesma coisa está acontecendo agora com Alice Braga, que antes ninguém nem sabia que existia. Nesse filme do Incrível Hulk tem a participação de Débora Nascimento, que fazia a Andréia Biju na novela Duas-Caras, por isso está bem “fresca” na memória do público brasileiro. E nada foi falado sobre essa participação dela e nem do Rickson Grayce, que é um ícone do esporte (e da pancadaria) nacional (apesar de não ser tão idolatrado quanto os praticantes de esportes olímpicos que nossa imprensa eleva às alturas). E olha que a participação deles supera a de Rodrigo Santoro em "Simplesmente Amor" na minha opinião. Aliás, que espetáculo de mulher essa Débora Nascimento, hein... mas vamos voltar ao assunto “Hulk”, hehehe.

    Pois bem, depois de ver o Bruce Banner bancando o mendigo andando por toda a América Latina com roupas rasgadas, descalço, pegando chuva (tudo ao som daquela música triste do seriado de televisão do Hulk), a coisa engrena com o exército perseguindo o sujeito, querendo dissecá-lo e criar vários Hulks em série para fins militares. Para combater o verdão, injetam o soro do super-soldado (aquele mesmo do Capitão América) em um militar malucão e obcecado pelo combate. Daí começam grandes cenas de ação, muito quebra pau, explosões, Hulk detonando tudo e etc. Cara, fico feliz em viver numa época em que a computação gráfica alcançou níveis impressionantes. Acho que ainda era impossível fazer isso em 2003. Lembrem por exemplo da cena desse filme antigo em que o Hulk luta com uns cachorros mutantes. Tudo escuro, não dá pra ver nada... provavelmente pra cobrir as imperfeições da CG.

    Outra coisa meio chata no filme de Ang Lee é que o Hulk não tem um oponente à altura. Ele passa o filme todo lutando com uns veículos militares e depois briga com uma energia gigante (O Homem-Absorvente, aliás que nome pra um personagem, hein... fico imaginando um sujeito com poderes de Sempre Livre ou O.B.). Nesse novo filme, o tal sujeito que recebeu o super-soro acaba se transformando em um monstrão mais ameaçador do que o próprio Gigante Esmeralda. É o Abominável! (Ohh!! Pausa dramática!) E devo dizer, grande cena de ação... Dois bichos gigantes e grotescamente fortes se porrando até um deles perecer, e enquanto isso quebrando tudo em Nova York (para desespero de George W. Bush). O Hulk desse filme é tão agressivo quanto o personagem deve ser, e o trabalho de dublagem de Lou Ferrigno (o Hulk da série de TV, que inclusive tem uma ponta no papel de um segurança nesse filme) completou a caracterização adequada. Ainda sobre a cena de luta entre os dois monstros, foi uma bela sequência de ação para um encerramento de filme. O filme do Homem-de-Ferro, por exemplo, ainda é superior no geral a esse filme do Hulk, mas essa cena de luta supera aquela entre o “I am Iron Man” e o Monge-de-Ferro. É pra ver no cinema mesmo.

    E temos aqui um belo filme de super-herói. Mais um motivo pra deixar papai Stan Lee orgulhoso de suas criações (ele aliás, como de costume, faz uma aparição bem legal no filme também). Só uma crítica final: Não sei de quem foi a idéia de colocar a cena em que Tony Stark aparece antes dos créditos do filme. Era pra ter encerrado com a última cena de Edward Norton, essa sim com cara de “encerramento da história do Hulk, aguardem a sequência”. A cena do Stark devia ir depois dos créditos, como aconteceu com a cena do Nick Fury no filme do Homem-de-Ferro. Fez muito mais sentido na montagem e serviu como um fanservice mesmo. Agora quem não tá ligado sobre quem são os Vingadores, ou nem tá inteirado sobre essa idéia de produzir um filme da equipe fica boiando no cinema.

    E é isso, essa foi minha mini-resenha, com duas páginas do Word. =P

    Curiosidades:

    - O filme deveria começar com uma cena em que Bruce Banner tenta cometer suicídio no Ártico, dando um tiro na boca. Claro que ele não consegue e o Hulk aparece revoltado. Então, segundo o diretor Louis Leterrier, apareceria o Capitão América congelado. Essa cena foi excluída para que o filme não perdesse a classificação etária de 13 anos. Maldita censura idiota... com certeza ficaria bem mais legal com essa cena.

    - As cenas da fábrica de suco na verdade foram rodadas em um galpão no Canadá, mas os atores não eram brasileiros e acabaram falando um português sofrível no estilo daquele falado pela equipe de Penny Widmore na série Lost. Por isso eles aparecem dublados na versão brasileira do filme. E a dublagem ficou muito canalha, tá na cara que foi feita às pressas.

    - O carro que aparece sendo usado pelo General Ross e sua equipe nas cenas na Rocinha na verdade é o Caveirão do BOPE (nas tomadas externas).

    - HULK ESMAGA!!! GAMA WAVE NELES!!!

    5 comentários:

    Alexandre Luiz disse...

    Cara legal a resenha, ainda não vi o filme, mas essa semana eu assisto e publico a minha também.

    mas eu insisto que o hulk de 2003 é um filmaço

    e, se todas as suas mini-resenhas forem deste tamanho, ja da pra editar um livro ahuuahauhuahuahhauha

    flw!

    Unknown disse...

    O filme de 2003 foi um desastre em relação ao universo da marvel. O novo filme é começado do zero, não tem nada a ver com o primeiro. Nem é a mesma produtora (que abriu mão dos direitos do filme após o fiasco de 2003). Edward Norton fez questão d ser o hulk, por ser um grande fã dos quadrinhos e fazer uma coisa "bem feita". A introdução onde passam os créditos é o suficiente ara explicar a história do hulk, que é bem diferente da de Ang Lee.
    Enfim, se tivesse prestando atenção ao filme de verdade, perceberia que um não tem nada a ver com o outro.

    Mauro A. Barreto disse...

    Shiu, Meu querido, não é isso o que o diretor do filme disse em entrevistas. Com a palavra, Louis Leterrier:

    "O novo filme não é uma seqüência direta nem começa do zero. Começamos num meio termo nesse sentido."

    Sobre a introdução do filme, não posso falar nada, pois cheguei atrasado no cinema e só vi a Liv Tyler detonada numa cama enquanto subia as escadas pra chegar na última fileira. Só depois disso pude sentar e aí começou a parte do Rio de Janeiro.

    Alexandre Luiz disse...

    er... qto ao filme de 2003 ter sido "um desastre em relação ao universo marvel"... bem, TODOS os filmes da marvel foram um desastre em relação a isso... já que só a partir do homem de ferro esse universo passou realmente a existir...

    ouvi falar mesmo desta introdução e, como ainda não vi o filme, não posso opinar a respeito das diferenças existentes... lembrando que leterrier disse ser um grande fã do filme de ang lee. e edward norton brigou com a marvel justamente por que ele queria algo bem mais dramatico que o resultado final. o que ele escreveu de roteiro era justamente para desenvolver melhor banner, como ang lee fez;

    mas... po mauro... cade aquela pontualidade britanica que lhe era tão peculiar? uhauauhaauhauhauhauh

    e, Shiu, bem vindo ao blog! comente sempre

    Mauro A. Barreto disse...

    Pois é, é que tava procurando meu comprovante de matrícula e acabei me atrasando, ahahaha.

     
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