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Som: Raphael Saadiq - Stone Rollin

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  • terça-feira, 3 de maio de 2011
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  • Alexandre Luiz
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  • Pode parecer papo de saudosista, mas está virando fato. As mais recentes novidades e promessas da música vêm de artistas que estão retomando um estilo de som característico de décadas atrás. Seja no rock ou no pop, as influências tem ficado cada vez mais evidentes, o que pode revelar a duas coisas: o que é bom nunca morre e sempre será usado como base e que artistas realmente criativos estão cada vez mais escassos. Lógico que depois de anos de revolução musical, é difícil imaginar algo realmente novo surgindo no mercado, o que torna a aceitação de artistas como Raphael Saadiq, mais fácil.

    Não há muita novidade no som do guitarrista, cantor e produtor musical, que começou a carreira na metade dos anos 90. Seu mais recente trabalho, e quarto disco solo, Stone Rollin, é uma ode aos primórdios do Rock, e à mais áurea fase do R&B norte-americano. Impossível não se lembrar dos artistas da Motown a cada música do álbum. A começar por Heart Attack, a primeira faixa que parece um misto de The Jackson 5 e Sly and The Family Stone, incluindo até "ecos" de um dos sucessos deste último, Dance To The Music.

    Saadiq mostra energia em Go To Hell, a música seguinte, dotada de um baixo marcante e arranjo de metais. Música feita pra ser tocada ao vivo. Seguida por Radio, o primeiro single deste álbum, um rock and roll (tem que ser chamado assim, só "rock" é pouco) pra deixar Chuck Berry sorrindo de uma orelha a outra.

    A canção que dá nome ao CD é carregada por uma "vibe" extremamente sensual, meio setentista e meio blues, o que ajuda a abrir espaço para Day Dreams, com sua bem-vinda influência de Bo Didley e Howlin' Wolf.

    Outro destaque do álbum é Good Man, não a toa o segundo single a ser lançado. Dueto com Taura Stinson, parece ter saído da trilha sonora de algum filme blaxploitation, gênero que provavelmente inspirou o clipe da música. Aqui Saadiq explora um pouco mais sua capacidade vocal e se sai muito bem, criando a melhor faixa de seu trabalho.

    Ao tocar vários instrumentos nas músicas do álbum, incluindo guitarra, baixo, teclado e bateria (uma prática comum a um de seus "padrinhos", Prince, grande influência para o início de sua carreira), mostra domínio de seu som para produzir canções de qualidade e que, se não soarem tão originais, pelo menos lembram os tempos mais produtivos da indústria fonográfica.

    Pra conhecer um pouco mais de Raphael Saadiq, dê uma checada na página do artista no Youtube. E abaixo, confira a apresentação conjunta com Mick Jagger, no Grammy deste ano, reconhecimento que qualquer artista que siga esses passos gostaria de ter.



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