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Rapidinhas

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  • segunda-feira, 4 de julho de 2011
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  • Alexandre Luiz
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  • Lunar (2009) - Essa ficção científica tem Sam Rockwell no papel de um minerador na Lua, cujo trabalho é recolher o material que é coletado por máquinas e mandar para a Terra. Na companhia apenas de GERTY (voz de Kevin Spacey), o robô que comanda as funções da instalação, Rockwell começa a sentir os efeitos da solidão, apenas 2 semanas de distância de sua volta pra casa, quando vence seu contrato de trabalho de 3 anos. Com um design inteligente, que remete à clássicos do gênero como 2001-Odisséia no Espaço e Alien, o longa é um bom estudo de personagem, além de oferecer uma reflexão a respeito de até que ponto uma pessoa pode chegar vivendo anos de isolamento. Há também uma relevante discussão por parte da história sobre o ser humano como ferramenta de trabalho. Mas falar mais que isso pode estragar surpresas da trama. Um outro destaque do filme é seu "pé" na realidade, já que o combustível limpo que o personagem principal recolhe na Lua, Helium 3, tem sido assunto de várias publicações científicas. A direção de Lunar é de Duncan Jones. É o primeiro filme do cineasta, filho de David Bowie, e que com essa produção de orçamento discreto, chama bastante atenção por seu comando confiante, o que resultou num trabalho de muita qualidade. Seu próximo longa, Contra o Tempo, já estreou lá fora e deve chegar ao Brasil no final de julho, depois de ter sua estreia adiada duas vezes. Quem assina a trilha sonora é Clint Mansell, parceiro habitual de Darren Aronofsky, compondo uma música que rivaliza muito bem com seus trabalhos ao lado do diretor de Cisne Negro. Enfim, Lunar é daquelas produções de Sci-Fi que engrandecem o gênero. Pena que filmes como esse são cada vez mais raros e a ficção científica esteja mais ligada a blockbuster sem cérebro do que a reflexões que façam valer a ciência envolvida na trama.

    O Ritual (2011) - Anthony Hopkins é um dos atores mais competentes em atividade. Fato. Então por que a sensação de que o Padre Lucas que interpreta neste filme é uma espécie de amálgama de seus personagens mais memoráveis, principalmente Hannibal Lecter? O Ritual mostra um seminarista, Michael (vivido por Colin O'Donoghue de forma não muito convincente), que passa por um momento de dúvida a respeito de sua fé. Mandado a Roma para aprender sobre o exorcismo, se encontra com o padre vivido por Hopkins, um exorcista de longa data que pode mostrar ao jovem que o sobrenatural existe de fato. O problema com o longa é tentar abrir uma discussão a respeito do que pode ser possessão ou esquizofrenia e chegar a resolução mas comum, por optar em se tornar um terror banal a partir de sua segunda metade (com elementos que incluem a escolha maniqueísta do nome do protagonista e sustos fáceis criados pela trilha sonora). O diretor Mikael Hafstrom tem um estilo marcante, a fotografia é opressiva o suficiente pra criar a atmosfera de um bom terror psicológico, mas o roteiro não ajuda. Deve agradar mais ao público católico do que ao espectador que procura um filme com uma proposta diferente. Nesse sentido, O Exorcismo de Emily Rose é uma obra mais completa, deixando o espaço mais amplo para debates. Como dito no começo, mesmo a interpretação de Hopkins não surpreende como deveria. No elenco ainda estão Alice Braga, Ciaran Hinds e Rutger Hauer.

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