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Crítica: Hannibal - A Origem do Mal (DVD)

Agora temos resenhas de filmes recem-lançados em DVD. Chique, né? :P

Já havia comentado antes em outras resenhas que há uma mania recente em Hollywood de tentar explicar o que não precisa de explicação. Essa é justamente a premissa e o erro de Hannibal - A Origem do Mal. Dirigido por Peter Webber, o filme mostra a origem do serial killer Hannibal Lecter, suas motivações para o canibalismo e até mesmo, como aprendeu a cozinhar. O problema é que ninguém nunca precisou saber disso para apreciar os filmes anteriores, principalmente O Silêncio dos Inocentes. Na interpretação impecável de Anthony Hopkins, Hannibal, o canibal, não precisa de motivos. Ele é louco, e ponto final.

Talvez pensando que o público precisasse de uma identificação com o personagem, Thomas Harris, criador da série e agora roteirista do último filme, resolveu dar a Hannibal a motivação da vingança. "Original", não? Na história, é a Segunda Guerra Mundial e o cerco aperta no conflito Russia-Alemanha. Para fugir dos nazistas, a família Lecter se muda para uma casa no campo. Vítimas de um ataque, apenas Hannibal e sua irmã, Mischa sobrevivem. Porém, surgem saqueadores alemães, que para não morrerem de fome, matam e devoram a irmãzinha do futuro assassino. Depois de crescido, Hannibal decide se vingar.

Harris já havia demonstrado "perda de tato" quando resolveu escrever a continuação de "Silêncio...". Na época, ficou evidente sua vontade de escrever o livro para ser transformado em filme. Veio Hannibal, de Ridley Scott, fracasso de crítica, com razão. Caça-níquel da cabeça aos pés, falta ao filme, muito, para ser inteligente como as encarnações anteriores. Hannibal - A Origem, sofre do mesmo mal. Chega a ser constrangedora, a necessidade do escritor em ligar a história com os outros filmes. A cena de Hannibal usando uma máscara de samurai para remeter à máscara de canibal usada nos outros filmes é um exemplo disso. É um insulto ao espectador.

O diretor não teve culpa. Mesmo com um roteiro fraco nas mãos, Peter Webber se mostra competente, mas, ele não faz milagres e nem isso salva o filme. A fotografia impecável também não é prêmio de consolação. Muito menos a interpretação de Gaspard Ulliel, longe de ser um Antony Hopkins, mas sem fazer feio no papel.

DVD

O DVD lançado no Brasil é tão decepcionante quanto o filme. Sem extras, o disco oferece nada mais do que trailers de filmes provavelmente tão toscos quanto Hannibal. A imagem está boa, mas nada excepcional. O som também é bom, calmo nas horas de suspense e alto nas cenas de "terror".

Aos fãs do personagem, resta a esperança de que mais nenhum filme seja feito com Hannibal. Nem mostrando o canibal com crise de meia-idade ou sua morte por velhice.

Continua...
 
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