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Cenas Memoráveis - O Encouraçado Potemkin

Obra indispensável pra quem estuda cinema, O Encouraçado Potemkin, é dono de uma das cenas mais memoráveis da arte cinematográfica. E também uma das cenas mais imitadas, ou homenageadas, como deve preferir Brian De Palma, que usou de liberdade poética para "recriar" a sequência a seguir em Os Intocáveis.

Mas, o assunto aqui é o filme de Sergei Eisenstein, uma obra-prima da montagem, a especialidade de seu diretor.

Confiram a sequência abaixo.

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Crítica: Max Payne

Você com certeza já viu Max Payne. Se não o filme baseado no famoso game, pelo menos já viu algo parecido. Olha só o resumo da história: policial tem família assassinada e vive amargurado, em busca de quem cometeu o crime. Suas investigações chegam até um esquema de tráfico de drogas e, entre traições e femme fatales, descobre que a morte da esposa fazia parte de um plano maior, o que o deixa ainda mais sedento por vingança. Sério, é quase um roteiro de filme do Steven Seagal.

A história é até fiel ao jogo. O problema é que, enquanto a versão digital usa a previsibilidade do argumento apenas como desculpa pra fazer você passar algumas horas disparando contra bandidos, o filme Max Payne se leva a sério. Tão a sério a ponto de usar um subplot envolvendo as drogas, só pra criar um ar sobrenatural que parece cópia de Constantine.

Mark Wahlberg no papel-título está no modo automático. Taí um ator que não consigo entender. O cara se destaca em Boogie Nights, em que interpreta um ator pornô, rouba a cena em Os Infiltrados como o policial escroto e perde tempo fazendo filmes que vão do meia-boca ao total desastre. Ok, Max Payne não é um total desastre. Tem lá seus momentos, em que uma cena bonita plasticamente consegue fazer valer os buracos no roteiro. Mas com certeza dava pra se tirar algo melhor da adaptação.

Nem a participação de Olga Kurylenko, que está no filme só pra tirar a roupa (se pararmos pra pensar, o único filme em que a atriz não é objeto de decoração de cena é 007 – Quantum of Solace), chega a ser empolgante.

Bom, ainda não foi desta vez que Hollywood acertou com uma adaptação de game. É bom alguém tirar algo bom desse nicho, porque as opções estão acabando. A bem da verdade, um filme de videogame original nunca vai existir. Se for fiel demais, conterá todos os maneirismos do jogo que se baseou, provavelmente cópia de algum filme de sucesso ou algo do tipo. E se distanciar demais do material original, vira outro filme, que no fim vai apenas levar o nome de algum jogo famoso.
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Cenas Memoráveis - Sem Destino

Final da década de 60. O auge da era hippie e da busca pela liberdade num país que continuava mandando jovens soldados pra uma guerra sem sentido.

Sem Destino é um marco dessa época. O filme, regado a drogas e rock and roll é quase um anti-cinema. Dirigido por Dennis Hopper, com trilha de várias bandas da época, incluindo Steppenwolf e a sua inconfundível Born to be Wild, Sem Destino ajudou a levar para o mundo uma certa ideologia de liberdade, ainda buscada nos dias de hoje, mas sem tanta intensidade.

Confira a cena de abertura, praticamente um videoclipe, ao som da trilha citada acima, que ainda por cima ajudou a batizar outra vertente do rock: o heavy metal!

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Cenas Memoráveis - Cantando na Chuva

Pra iniciar a nova fase das Cenas Memoráveis - agora aos finais de semana - um clássico: Singing in the Rain. À fase áurea dos musicais no cinema, Gene Kelly contribui com uma das cenas mais emblemáticas da história (adoro hipérboles, já perceberam?) de Hollywood. Não há quem não conheça a música, e nem a sequência a seguir.

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Cenas Memoráveis - agora no final de semana

É isso aí! Não tenho tempo de ficar procurando mais cenas durante a semana, então essa sessão (que é a única do blog atualmente rsrsrs) fica pra ser atualizada no final de semana, ou sabado ou domingo. Depende do meu humor :P
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Crítica: 007-Quantum of Solace

De jeito nenhum que Quantum of Solace é melhor que seu antecessor, Cassino Royale. Mas isso significa que a 22ª aventura do agente secreto é ruim? Não. Longe disso. É o filme anterior que é excelente e dificilmente as próximas produções envolvendo 007 vão chegar no mesmo nível.

Quantum é a continuação direta de Cassino, começa exatamente onde este último termina, com James Bond levando o Sr. White pra ser interrogado. A cena pré-créditos é espetacular, nos seus cortes rápidos no melhor estilo Jason Bourne. Sim, há muito da franquia do outro JB nesse filme, parte por “culpa” de Dan Bradley que coreografou as cenas de ação da trilogia protagonizada por Matt Damon e que agora entrou pro time de Bond, e parte por culpa do sucesso de Bourne que praticamente redefiniu as cenas de ação no cinema. Diminui a sensação que este é um filme de 007? Um pouco, mas somos lembrados que estamos diante de uma aventura do agente britânico mais famoso do mundo quando o filme nos leva a viajar da Itália até Londres, depois pro Haiti, Bolívia e Rússia. Aliás, sensacional a idéia de colocar o nome dos lugares na tela com caracteres típicos de cada cultura.

O que acontece depois da abertura com a música de Jack White e Alicia Keys é que o Sr. White revela que há algo muito maior o comandando, uma organização que está por trás do poder, de governos e de grandes empresas. Assim como a SPECTRE, que deu trabalho a Sean Connery nos primeiros filmes de Bond, a Quantum não tem lados, não interessa se é leste ou oeste, esquerda ou direita. Tudo isso é explicado mais pra frente, num diálogo que faz referência ao que o Dr. No diz quanto a organização no primeiro filme do agente. Aliás, referências não faltam. Seja na abertura, que também usa elementos da primeira aventura cinematográfica de Bond (repare em como os nomes dos envolvidos na produção aparecem), seja na homenagem a Goldfinger ou no momento O Espião que me Amava. Sempre há algum pequeno elemento lembrando o espectador: “É diferente, mas ainda é um filme do 007!”.

E, por ser diferente não significa ser igual ao Bourne, como muitos críticos andam dizendo por aí. Ele não é igual aos outros filmes da franquia porque a mão do diretor Marc Forster foi firme o suficiente pra criar momentos de verdadeira competência cinematográfica. A própria cena pós-créditos, em que somos apresentados a situação do Sr. White enquanto é mostrada cenas do que acontece ao mesmo tempo, a corrida de cavalos de Pálio na Itália, é de uma habilidade impressionante. O mesmo pode-se dizer da sequência da ópera Tosca de Puccini. A edição é uma aula de como montar um filme. São detalhes artísticos num exemplar de uma série de cultura pop. Só por isso, Quantum of Solace já valeria o ingresso.

Mas não só de técnica vive este filme. É hora de elogiar Daniel Craig. O ator está perfeito no papel. A cada cena, percebe-se o quanto o personagem se torna, aos poucos, aquele que ficou tão famoso ao longo de mais de 20 filmes. Do capanga que mata por qualquer motivo em Cassino Royale, a um verdadeiro agente secreto ao final desta nova aventura. Mas não se engane. Há mais elementos do Bond literário do que do Bond cinematográfico, então por mais que ele se aproxime do 007 que o grande público se acostumou tanto nas próximas aventuras, é de sua contraparte dos livros que Craig busca se espelhar. Quem rouba a cena também é Judi Dench, reprisando o papel de M, a chefe do MI-6 (e não M16, como insiste a legenda). O relacionamento dos dois personagens poderia ter sido melhor desenvolvido, mas o resultado final é bem satisfatório. Mathieu Almaric como o vilão Dominc Greene é o que mais deixa a desejar. O ator francês, elogiadíssimo como o personagem principal de O Escafandro e a Borboleta, cria um personagem caricato e cheio de tiques (a luta entre ele e Bond no final que o diga). Há também Jeffrey Wright como o agente da CIA, Felix Leiter, desenvolvendo seu personagem para um futura participação mais ativa nos filmes. E, no quesito Bondgirl, Gemma Arterton como a agente Strawberry Fields (ok, pode rir) até merecia mais tempo de tela, mas é Olga Kurylenko como Camille que realmente chama a atenção. Ian Fleming (o criador de Bond, pra quem não sabe) ficaria orgulhoso da personagem, a mais problemática das Bondgirls. A mais marcada, física e psicologicamente.

Quanto a falta de alguns elementos clássicos, por incrível que pareça, não incomoda. A essa altura todo mundo já sabe que Craig não diz “Bond, James Bond” e nem pede um Martini “Shaken, not Stirred”. Mas, se considerarmos Quantum a segunda metade de uma história, ele já se apresenta com a famosa frase ao final do filme anterior. Já sobre sua predileção pelo “batido e não mexido”, bem, ele nem sabe preparar um drink ainda. E o “gunbarrel”, aquela famosa introdução com 007 atirando em direção à camera ficou pro final, o que faz todo sentido do mundo, já que o “gunbarrel” de Quantum está no começo de Cassino.

Ao final de tudo, Quantum of Solace acaba sendo uma grata surpresa, principalmente pra quem for ao cinema sem a esperança de um filme melhor que Cassino Royale. Como já citado lá no começo da resenha, essa seria uma missão quase impossível pela escassez de boas histórias e também por ter sido o último livro de Ian Fleming a ser adaptado pro cinema.
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Cenas Memoráveis - Especial 007

007 - Cassino Royale (2006)

Com o carro invisível de Um Novo Dia Para Morrer, a era de invenções tecnológicas malucas dos filmes de 007 chegava ao fim. Não só por isso. É bom explicar que a reinvenção do personagem em Cassino Royale não foi apenas porque a crítica especializada achou o filme anterior o cúmulo do absurdo. A verdade é que a Sony há anos tinha vontade de iniciar sua própria série com o agente britânico, pois detinha de alguns direitos adquiridos numa pendenga judicial de Kevin McClory e Ian Fleming, sobre a criação do personagem. Como a maior parte desses direitos estava nas mãos da MGM, distribuidora da série oficial de filme, a Sony simplesmente comprou o estúdio. Como a aceitação de Um Novo Dia... não foi boa, aproveitou para botar seus planos em ação, convencendo os produtores Michael Wilson e Barbara Broccoli a reiniciarem a franquia.

Cassino Royale foi Bond Back to Basics. Com um clima retrô misturado a gadgets modernas como celulares e notebooks, introduziu o verdadeiro 007 do século 21: Daniel Craig. Rústico, humanizado, cheio de falhas. A adaptação do primeiro livro escrito por Ian Fleming com o personagem foi a chance de adaptar o conceito de filme de origem ao agente secreto. Por mostrar como tudo começou, não fazia muito sentido na cabeça dos produtores, roteiristas e diretor que Bond fosse aquele mulherengo charmoso, de fala macia, que Pierce Brosnan tanto fez questão de interpretar nos filmes anteriores. A nova versão do personagem era mais próxima do que Fleming idealizara nos seus livros. Bond deixou de ser um agente secreto para se tornar mais um assassino. Ora, ele tem licença para matar, não é?

Uma das cenas mais emblemáticas da humanização do personagem foi a tortura que o vilão Le Chiffre submete a 007. Tirada quase que literalmente de sua versão original, a tortura envolve o quase esmagamento da genitália do herói. Violenta e brutal, é aliviada pelo senso de humor do protagonista frente a situação. Impagável a maneira que ele pede para que o vilão dê uma “coçadinha” nas suas partes baixas.


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