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Crítica: O Incrível Hulk (por Alexandre Luiz)

Me permiti escrever este texto em primeira pessoa. Espero que entendam.

Uma das coisas mais legais em histórias em quadrinhos são crossovers. Encontros entre personagens da mesma editora e do mesmo universo, mas que não tem lá muito em comum. Wolverine e Hulk, Demolidor e Homem-Aranha, esse tipo de coisa. Particularmente, achei que nunca veria isso no cinema. Principalmente por saber a besteira que a Marvel fez quando vendeu os direitos de seus personagens mais famosos para estúdios cinematográficos diferentes. Mas agora a editora está tomando conta de alguns heróis. Cabem ao Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Thor e Homem-Formiga (nem pergunte...) “salvarem” o Universo Marvel nas telonas. Quando o filme do Ferroso estreou, com todas aquelas menções a SHIELD e ainda a aparição de Nick Fury, não podia imaginar que isso seria estendido da forma que foi em O Incrível Hulk. Logo na introdução, que mostra a origem do Gigante Esmeralda em flashback (mais baseada na série de TV do que no filme de 2003), podemos ver menções à Fury, SHIELD e Tony Stark. Quando Emil Blonsky (Tim Roth) é convidado a servir de cobaia a um novo experimento, o Projeto Super Soldado é citado (sem mencionar a cena deletada com o Capitão América). E há também a alardeada cena com Robert Downey Jr. no final. Além disso, o próprio universo do Hulk é enriquecido com participações do Dr. Samson (ok, ele aparece mais no teaser do que no próprio filme, mas...), Samuel Sterns (que já dá o gancho como vilão da continuação) e uma menção honrosa a Rick Jones. Mas não é só por isso que O Incrível Hulk é um bom filme.

Quando Louis Leterrier foi contratado para dirigir, eu simplesmente não botei fé. A versão de Ang Lee, embora odiada por muita gente, tem toda uma sensibilidade que eu não imaginava o diretor de Carga Explosiva conseguindo expor. Mas, logo depois Edward Norton entrou no projeto, não só como o intérprete do Dr. Bruce Banner, mas como roteirista não creditado. O ator ajudou a dar o polimento necessário para fazer de O Incrível Hulk uma história humana. Convenhamos, um monstro verde destruindo tudo em 2 horas não é exatamente a definição de uma boa história. Desenvolver os personagens era prioridade para Norton. E ele faz isso muito bem nas cenas envolvendo Banner e Betty Ross (Liv Tyler), e nas sequências mais introspectivas do personagem principal. Da pra perceber o texto dele também quando o filme tem seus momentos a lá King Kong, com Hulk mostrando seus sentimentos para a Dra. Ross. Basicamente quando o filme é pancadaria, quem dá as caras é Leterrier, quando o filme explora os personagens, é Norton. E é por isso que o Incrível Hulk é um bom filme. Por dosar bem as duas coisas. E, pelo diretor francês que se mostra competente principalmente quando o Verdão ataca pela primeira vez. Na sequência toda, temos o personagem nas sombras. Em uma cena que qualquer diretor já iria querer escancarar o Hulk pro espectador, Leterrier sabiamente o esconde. Outro ponto forte é o ritmo de perseguição, algo meio Identidade Bourne, que tem seu auge logo no começo com o ataque do exército americano na Rocinha. Tudo muito bem filmado, com aquele clima clautrofóbico que os estreitos becos da favela proporcionam.

Porém, nem tudo são flores. Como a Marvel esperava mais ação do que drama, a maior parte das cenas que Norton escreveu não está no resultado final. Foram mais de 70 minutos cortados que ajudavam a desenvolver ainda mais os personagens. Por causa disso o filme acabou ficando com buracos gigantescos, que são percebidos até por quem não esta prestando atenção na história. O que o ator queria mesmo era criar o clima do seriado de TV, tão dramático quanto o filme de 2003. A versão de Ang Lee foi praticamente esquecida, em virtude desta homenagem, com direito a participação de Bill Bixby, de uma forma muito original, por sinal. A editora, que agora é também um Estúdio achou que os espectadores já tiveram a sua dose de drama num filme do Gigante Esmeralda. Por essas coisas, Hulk acaba não sendo tão bom quanto Homem de Ferro, mas leva uma vantagem. É um filme mais adulto (seria ainda mais, sem os cortes). E, mesmo com a intromissão da Marvel (melhor do que intromissão de quem não entende de HQ), o resultado final agrada tanto àqueles que esperavam pancadaria (a luta entre Hulk e o Abominável é espetacular) quanto os poucos fãs da versão de Ang Lee, que se preocupam mais com a história do que com a ação. Resta saber agora se Edward Norton volta para a provável sequência, já que as decisões da editora o irritaram um pouco. Uma forma de trazê-lo de volta é lançar um DVD Director’s Cut. Ou seria mais apropriado chamar de Norton’s Cut?

Continua...

Jon Favreau fala de idéias para Homem de Ferro 2

Fonte: Omelete (to com preguiça de traduzir o MySpace :P)

Em sua página no MySpace, Jon Favreau continua respondendo perguntas de internautas sobre Homem de Ferro 2. O diretor fala de alcoolismo, identidade secreta, Mandarim, Hulk, Obadiah Stane e confirma a presença do escudo do Capitão América. Confira os pontos mais interessantes:

Sobre uma eventual aparição de Bruce Banner ou Hulk em Homem de Ferro 2: "Não há qualquer plano nesse sentido".

Sobre o alcoolismo de Tony Stark: "Eu nunca disse que o arco de histórias de 'O Demônio na Garrafa´ [que acaba de ser republicado no Brasil] estava fora. Eu só disse que quero me certificar de que não faremos um filme parecido demais com Hancock. Eu quero esperar para ver o que eles farão. O alcoolismo definitivamente definirá o personagem com o passar do tempo".

Sobre Homem de Ferro tornar pública sua identidade de Tony Stark: "Isso foi idéia de Kevin [Feige, presidente do Marvel Studios]. No começo eu era contra isso, mas hoje estou feliz que eu tenha cedido. Acredito que isso abre um novo campo de possibilidades para um gênero que já foi bastante trabalhado".

Sobre a presença do escudo do Capitão América no laboratório de Stark: "A ILM [Industrial Light & Magic, que cuidou dos efeitos especiais] nos surpreendeu com a inserção, e nós mantivemos".

Sobre Mandarim: "Ele é o nêmesis de Homem de Ferro e será incorporado na continuação. É verdade que estou apreensivo com a forma como o apresentaremos. No mundo baseado em tecnologia que criamos em Iron Man, um vilão estilo Fu Manchu com anéis mágicos poderia parecer fora de lugar. No primeiro roteiro havia versões em que Mandarim era o vilão principal, então já exploramos o personagem um pouco. Estou curioso para ver como ele é retratado nos gibis mais recentes".

Sobre o papel de Favreau no filme, o guarda-costas e motorista Happy Hogan: "Ele pode aparecer mais, por que não? Robert [Downey Jr.] e eu já discutimos uma potencial história envolvendo o Freak".

Sobre material de sobra e o futuro de Pepper Potts: "Não temos uma versão maior do filme. A versão que foi para o cinema era a melhor versão que tínhamos. Quando Gwyneth Paltrow assinou contrato para três filmes, já avisei para ela que Pepper termina casada [como nos quadrinhos] com Happy Hogan".

A Marvel agendou a estréia do segundo Iron Man para 30 de abril de 2010, mas Favreau já disse publicamente que acha o prazo apertado demais. Vamos ver como essa discussão se desenrola...

Continua...
 
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