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Resenha: Piloto de FRINGE


O piloto da nova série de J.J. Abrams “vazou” na net. Como fã de Lost, eu não poderia deixar de conferir. Aqui vão minhas primeiras impressões...

Já na cena de abertura, com um avião onde seus tripulantes passam por uma experiência bizarra, começa o clima de dejavu: “Lost 2?”. Por esse e outros temas na trama de Fringe, fica a questão: Será que essa semelhança com Lost em alguns aspectos foi intencional? Seria uma forma de chamar a atenção ou simplesmente falta de criatividade na mente de J.J.? Só o tempo para nos mostrar o que Fringe tem a oferecer.

Após o tal incidente, uma agente do FBI vai ao local de investigação e altas tretas começam a acontecer. É aí que surge outro personagem que deixa a referência a Lost ainda mais evidente: um chefão do FBI com alto potencial para antagonista que é interpretado pelo MESMO ATOR que faz o misterioso Michael Abbadon em Lost (aquele negão que recrutou Naomi e sua equipe de expedição à ilha). Rola inclusive uma cena de um diálogo importante entre este personagem de Fringe e a protagonista que termina com aquele barulhinho misterioso tirado diretamente dos finais de episódio de Lost.

OK, tentarei não dar spoilers, mas acontece uma coisa muito sinistra com o parceiro (e namorado) de nossa protagonista (esqueci o nome da personagem e estou com preguiça de procurar) e aí ela vai atrás do único cientista louco o suficiente para ter realizado pesquisas com a chamada “fringe science” (ciência de borda). Essa tal vertente da ciência é nada mais do que todas aquelas bizarrices estilo Arquivo X: mutações genéticas (Caminhos do Coração? Hahaha... desculpa, não deu pra conter a piada), teletransporte, telepatia, e enfim... deixe a imaginação fluir ou simplesmente assista à abertura da série em que várias possibilidades são listadas. Essa abertura lembra muito a de Arquivo X, aliás (Alias? Desculpa, não deu pra segurar também...).

Então, ela vai atrás do tal cientista, que está em um hospício (um pouco clichê, de fato). Para isso, ela vai até o Iraque atrás do filho do cara: um golpista muito esperto que também manja muito de ciência e tem uma relação traumática (não explicada ainda) com o pai. Pois bem, está formada nossa equipe de caçadores de aventuras, o Trio Ternura. E eis que nosso novo amigo acaba informando nossa protagonista de que uma grande organização está “aparentemtente” por trás de tudo. (Dharma Initiative de novo?)

As semelhanças com Lost são gritantes, mas aqui dou um exemplo da grande diferença entre Fringe e a história de Jack Sheppard: a narrativa. Enquanto o grande apelo de Lost se encontra na narrativa fragmentada, jogada como migalhas para o espectador que tenta juntar as peças entre flashbacks, flashforwards e jogos na Internet, em Fringe tudo acontece linearmente, de maneira mais tradicional (pelo menos até o presente momento). A agente do FBI vai até a tal sede da grande corporação para tentar falar com seu presidente e topa com uma secretária que, do nada, começa a fazer um belo discurso em defesa dos avanços da ciência, blá, blá, blá e aí ELA PUXA A PELE DA PRÓPRIA MÃO COMO SE FOSSE UMA LUVA E REVELA UMA MÃO BIÔNICA FRUTO DE UMA TECNOLOGIA SÓ EXISTENTE NA FICÇÃO! OHHH!

Sei lá, me pareceu meio forçada a introdução desses elementos tão de cara... O incidente no vôo, a experiência da protagonista de se comunicar com seu parceiro em coma através de um sonho estimulado, o incidente que acontece com o parceiro dela, esse lance da mão biônica... É como se estivessem gritando “Veja! Essa série é sobre ficção científica aloprada! Somos uma mistura de Arquivo X, Lost e Alias com uma pitada de Caça-Fantasmas!”. Há quem goste, por isso há um público certo, sem dúvida. Mas, para mim, Lost só funcionou porque esses temas foram introduzidos aos poucos, em doses homeopáticas e sugestivas. O que parecia ser somente uma galera azarada que caiu numa ilha e teria de sobreviver se mostrou uma trama diabólica até agora não revelada totalmente. Praticamente, o que sabemos de Fringe no primeiro episódio levamos 4 temporadas inteiras para descobrir em Lost! Muito bem... pra quem reclama de enrolação, acho que essa nova série é uma boa pedida, mas aí eu fico pensando que eles devem ter uma trama muito bem elaborada com mil surpresas, ou então vão ser mesmo o novo Arquivo X, que não tinha nada a dizer no final, a não ser mostrar um novo caso bizarro e “além da imaginação” (não deu pra segurar a piada nerd de novo, ok?) a cada episódio.

Cheguei a pensar que Fringe poderia ser uma expansão do universo de Lost, justamente pelos pontos semelhantes que já citei. Isso seria bem interessante, algo que já é feito há décadas nos quadrinhos sendo transposto para a TV, mas acho muito pouco provável. De qualquer forma, resta conferir a primeira temporada da série para saber se J.J. Abrams vai se superar ou simplesmente se exceder.

Continua...
 
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