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Resenhas Rápidas

Me lembro de, uns dois meses atrás, nosso colaborador Mauro ter mencionado algo sobre mini-resenhas. Pois bem, vou me apropriar da idéia dele pra falar de dois filmes que assisti semana passada: Hancock e O Procurado.

Hancock

Este já estreou no Brasil há algum tempo, com Will Smith no papel do herói fanfarrão que não está nem aí pra como vai exibir seus poderes. A premissa é muito interessante. Afinal, em épocas atuais, quem imaginaria espaço para um herói politicamente incorreto que ameaça sodomizar os criminosos de uma maneira bem peculiar? E até os primeiros 40 minutos do longa, até que vai tudo bem. Mas, a segunda metade parte pra um sem fim de discursos piegas sobre como um herói deve se portar perante a sociedade e tudo mais. Mas o que realmente atrapalha é a explicação do porque Hancock é um ser tão mal humorado. Ele na verdade guarda um segredo que parece piada: rejeição. Mas é uma rejeição mostrada de uma forma boba, não aprofundada. Claro, uma pessoa que vive sozinha por quase um século teria tendências em ser tão rude, mas há inúmeras maneiras de se mostrar isso de forma eficiente e nenhuma delas está presente aqui.

No final, mais pieguice, que poderia não ser, com a mesma solução encontrada pelo personagem para continuar sua vida, mas o é, porque o cinema atual não permite que um filme termine sem uma mensagem bonitinha. Atrapalha também a mania do diretor de usar os maneirismos do produtor do filme, Michael Mann, com câmeras chacoalhando todo o tempo. Mann sabe fazer isso, não adianta querer copiar.

Hancock é apenas uma boa idéia e mesmo sendo divertido (pelo menos na primeira metade), não passa disso.

O Procurado

Já que as HQs de heróis estão sendo adaptadas a toque de caixa, porque não adaptar uma HQ de vilões. Escrita por Mark Millar, Wanted, nos quadrinhos, mostra Wesley Gibson, um típico perdedor que descobre ser filho de um dos maiores vilões do mundo e herdeiro de seu legado. O que o cinema Hollywoodiano fez? Transformou o pai do rapaz num assassino de uma agência que mata pessoas que precisam morrer para equilibrar a ordem natural do mundo. Claro, seria pesado demais se o personagem central de uma superprodução fosse um bandido sem escrúpulos. Dirigido por Timur Bekmambetov , o russo responsável por Guardiões da Noite, O Procurado é, de certa forma, um filme divertido, com suas cenas de ação mirabolantes (imagine uma mistura dos efeitos de Matrix com as cenas absurdas de Mandando Bala) e com Angelina Jolie num papel extremamente insinuante. Seria, inclusive, bem melhor se não levássemos em conta o material original. Claro que existem diferenças entre adaptação e transposição. Mas, como adaptação o filme peca justamente por não manter o espírito da HQ. Não que uniformes “colant” fazem falta, mas mesmo com mudanças necessárias para que a história se encaixe na linguagem cinematográfica, elas nunca devem atingir o núcleo da intenção original.

O filme acabou agradando nas bilheterias a ponto de já se falar sobre uma continuação. Ou seja, o vírus do politicamente correto que infectou Hollywood acabou atingindo o outro lado: o dos espectadores.
Continua...
 
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