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Trilhas Marcantes: Final Fantasy VII - Advent Children (2004)

Ok, essa trilha surgiu originalmente pro jogo Final Fantasy VII, talvez um dos mais importantes títulos ja lançados da franquia e do console Playstation. A música incidental dos jogos de Final Fantasy sempre foram um show a parte. Os temas criados pelo compositor Nobuo Uematsu nunca ficaram devendo nada pra trilha sonora de filmes.

Então, quando a Square resolveu lançar o filme Advent Children, que continua a história do FFVII, nada mais justo que utilizar a música do jogo, mas desta vez com um arranjo mais "encorpado".

De todas as partituras, talvez a que mais tenha se sobressaído nessa empreitada foi One Winged Angel, tema do vilão Sephiroth, que na versão pro filme ficou ainda mais poderoso, misturando guitarras, coro e orquestra numa harmonia dificilmente encontrada em tempos de trilhas cada vez mais minimalistas. Confiram.

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Rapidinhas - Especial Adaptação de Games

Com a estreia, neste fim de semana, de Resident Evil – Recomeço torna-se propícia a análise do já citado filme, assim como outros que foram lançados neste ano. Então vamos lá.

Resident Evil – Recomeço: A série de filmes baseada num dos jogos mais influentes dos últimos 15 anos nunca agradou muito os fãs, mas isso não significa que as produções são de todo ruins. Tudo bem que pouco do estilo do jogo está nessas adaptações, mas convenhamos que são linguagens diferentes e o diretor e produtor Paul W.S. Anderson precisava fazer uma obra que agradasse também aos não iniciados no mundo de Resident Evil. O novo filme, que continua de onde parou o terceiro, tem um atrativo a mais por ser em 3D, mas segue a mesma linha de ação sem cérebro e história praticamente inexistente dos anteriores. Quem conhece os jogos sabe da complexidade da trama envolvendo a Umbrella Corp. e toda infestação de zumbis. Mas nos filmes é tudo muito preto-no-branco. Umbrella=vilão, zumbis=obstáculo pra se chegar ao vilão, Alice=heroína invencível. E é isso. O 3D porém, é incrível. Esse novo filme se vnagloria nos trailers de ter sido rodado com as câmeras desenvolvidas para Avatar de James Cameron. E com razão. Os estúdios que pensam em conversão pra 3D vão ficar morrendo de vergonha ao ver que um filme de entretenimento vazio como Resident se empenhou em criar uma experiência imersiva (a sequência final, com trilha da banda A Perfect Circle é de cair o queixo) que nenhuma dessas produções que as três dimensões são criadas de última hora podem proporcionar. Mas ao mesmo tempo que esse é o maior trunfo do filme, é também seu maior defeito, pois se tirar o 3D não sobra muito motivo pra assisti-lo no cinema. No fim, a impressão é que Resident Evil – Recomeço é um daqueles videos demo de lojas especializadas em TVs de última geração. Só serve pra mostrar como o 3D, quando pensado e filmado de forma correta, pode ser usado pra criar uma experiência única pro espectador.

Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo: Produzido pelo mago dos blockbusters Jerry Bruckheimer e pela Disney, a promessa de Príncipe da Pérsia era a de preencher o espaço ocupado pelos verões passados por Piratas do Caribe. Diversão, ação e efeitos de tirar o fôlego num filme voltado pra família toda. Mas não é bem isso. A ação está lá, os efeitos também, mas o filme não emplaca. A trama é simples demais e há uma necessidade incompreensível de torná-la truncada, o que faz o filme perder o ritmo consideravelmente em momentos que poderiam ser muito melhor aproveitados. Talvez tenha sido por falta de tato do diretor Mike Newell, mas As Areias do Tempo sofre do mesmo mal de sua contraparte dos games: depois de um tempo, as piruetas se tornam cansativas e repetitivas e a promessa de um “algo mais” em diversão nunca se concretiza.

Tekken: Jogos de luta foram a fascinação da garotada nos anos 90. E, praticamente todos ganharam versões de carne e osso, de Street Fighter a Double Dragon (putz!). Faltava mesmo uma versão americanizada de Tekken. Feito direto pro mercado de DVDs, um filme de baixo orçamento, com elenco desconhecido (a não ser por Cary Hiroyuki Tagawa, o eterno Shang Tsung da versão cinematográfica de Mortal Kombat e Gary Daniels, mas as participações são pequenas), acaba se saindo melhor do que as superproduções supracitadas. Os personagens estão lá e o filme não se sente acanhado em mostrá-los nas roupas ridiculas que os acompanha no jogo (com direito ao cofrinho sacana da Christie Monteiro). Ao contrário da última versão de Street Fighter, que inexplicavelmente tenta ser realista (?), Tekken se comporta como deve e apesar dos fracos efeitos, não faz feio nas coreografias e deve agradar os saudosistas que ainda se lembram dos gráficos 2D do jogo. Ah, a história? Fraquinha, fraquinha. Mas pelo menos parece ter sido rodada com honestidade.

King of Fighters: Mais um clássico dos anos 90. Esse sofre do mesmo pecado de Street Fighter – Legend of Chun Li. Se envergonha um pouco das origens do jogo e tenta criar um cenário em que as lutas só existem em outra realidade, pra servir de desculpa pros figurinos ridículos. Tem um elenco mais “conhecido” do que Tekken. Maggie Q e Ray Park. É, só eles. As lutas são bem coreografadas, afinal tem Park dando as piruetas que o tornaram famoso em Star Wars – Episódio I como Darth Maul, mas os efeitos são sofríveis. E o clímax do filme ocupa tempo demais numa luta que envolve quase todos os personagens contra o vilão, fugindo um pouco do clima de game de luta que Tekken conseguiu recriar tão bem.

Na resenha de Max Payne, há alguns anos, contestei a existência de filmes baseados em games. É que a maior parte dos jogos são “adaptações” de histórias que todo mundo já viu no cinema. A única coisa que faz compensar esse tipo de produção é a chance dos fãs verem seus personagens preferidos em carne e osso com alguns efeitos bacanas. As produções citadas nesse post parecem apenas confirmar o que eu já havia escrito. Não há nada de novo no reino dos games e seus filmes. E, pelo visto, nunca haverá.

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Cenas Memoráveis - Edward Mãos de Tesoura (1991)

Tenho saudades do Tim Burton. Um diretor de enorme criatividade visual e sensibilidade pra contar histórias que são verdadeiros contos-de-fadas contemporâneos. Infelizmente para o cinema, Burton não existe mais da forma como conhecíamos. Hoje, ele caiu numa armadilha que parece ter sido armada por si mesmo. Parou no tempo, num visual que nem de longe é tão impressionante do que ele criou em Edward Mãos de Tesoura ou Batman Returns, por exemplo. Talvez por, na época, sua inventiva personalidade dependesse de efeitos práticos, e não de computação gráfica, sua filmografia até o início dos anos 2000 seja muito mais interessante. Ou, simplesmente por ter se rendido à indústria, deixando de lado o que realmente significa o cinema autoral.

Edward Mãos de Tesoura foi a primeira parceria de Burton com Johnny Depp. E também é um filme de momentos tão marcantes e sinceros que impressiona ter sido dirigido pela mesma pessoa que neste ano entregou uma versão fria e sem ritmo de Alice no País das Maravilhas.

A cena abaixo é minha preferida. A montagem, o clima melancólico marcado pela trilha de Danny Elfman, a fotografia, tudo colabora pra fazer da dança no gelo uma sequência marcante pra quem cresceu assistindo esse filme nas sessões da tarde da vida.

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Trilhas Marcantes: A Marca da Pantera (1982)

Deixando um pouco de lado os temas instrumentais pomposos, a trilha marcante de hoje é um pouco mais pop.

Clássico do Corujão, A Marca da Pantera, de 1982, dirigido por Paul Schrader, ficou famoso por revelar Nastassja Kinski pro mundo. Terror de forte apelo erótico, trazia ainda no elenco Malcolm McDowell e John Heard. É a refilmagem de um filme de 1942, da época das produções
com monstros no estilo de Lobisomem, Drácula e A Múmia.

É uma tipica produção dos anos oitenta e pra confirmar isso teve sua trilha incidental composta por Giorgio Moroder, pioneiro dos sintetizadores que um ano antes ja havia musicado outra refilmagem, Scarface, de Brian De Palma

Mas não é dessa trilha que este post vai comentar, mas sim da música tema, também composta por Moroder mas interpretada por ninguém menos que David Bowie.

Cat People (Putting out Fire) fez tanto sucesso que foi incluída depois no álbum Let's Dance numa versão ligeiramente diferente, que acabou indo parar na trilha de Bastardos Inglórios, mais recente filme de Quentin Tarantino.

A Marca da Pantera é um dos ícones dos anos 80 por sua abordagem pop de um clássico do terror e por uma trilha que, como vocês vão ver abaixo, entrega a idade do filme, mas não compromete. Muito pelo contrário, até acrescenta, tornando o filme ainda mais significativo
pra sua época.

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Trilhas Marcantes: A Marca da Pantera (1982)

Deixando um pouco de lado os temas instrumentais pomposos, a trilha
marcante de hoje é um pouco mais pop.

Clássico do Corujão, A Marca da Pantera, de 1982, dirigido por Paul
Schrader, ficou famoso por revelar Nastassja Kinski pro mundo. Terror
de forte apelo erótico, trazia ainda no elenco Malcolm McDowell e John
Heard. É a refilmagem de um filme de 1942, da época das produções
com monstros no estilo de Lobisomem, Drácula e A Múmia.

É uma tipica produção dos anos oitenta e pra confirmar isso teve sua
trilha incidental composta por Giorgio Moroder, pioneiro dos
sintetizadores que um ano antes ja havia musicado outra refilmagem,
Scarface, de Brian De Palma

Mas não é dessa trilha que este post vai comentar, mas sim da música
tema, também composta por Moroder mas interpretada por ninguém menos
que David Bowie.

Cat People (Putting out Fire) fez tanto sucesso que foi incluída
depois no álbum Let's Dance numa versão ligeiramente diferente, que
acabou indo parar na trilha de Bastardos Inglórios, mais recente filme
de Quentin Tarantino.

A Marca da Pantera é um dos ícones dos anos 80 por sua abordagem pop
de um clássico do terror e por uma trilha que, como vocês vão ver
abaixo, entrega a idade do filme, mas não compromete. Muito pelo
contrário, até acrescenta, tornando o filme ainda mais significativo
pra sua época.

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Trilhas Marcantes: A Marca da Pantera (1982)

Deixando um pouco de lado os temas instrumentais pomposos, a trilha
marcante de hoje é um pouco mais pop.

Clássico do Corujão, A Marca da Pantera, de 1982, dirigido por Paul
Schrader, ficou famoso por revelar Nastassja Kinski pro mundo. Terror
de forte apelo erótico, trazia ainda no elenco Malcolm McDowell e John
Heard. É a refilmagem de um filme de 1942, da época das produções
com monstros no estilo de Lobisomem, Drácula e A Múmia.

É uma tipica produção dos anos oitenta e pra confirmar isso teve sua
trilha incidental composta por Giorgio Moroder, pioneiro dos
sintetizadores que um ano antes ja havia musicado outra refilmagem,
Scarface, de Brian De Palma

Mas não é dessa trilha que este post vai comentar, mas sim da música
tema, também composta por Moroder mas interpretada por ninguém menos
que David Bowie.

Cat People (Putting out Fire) fez tanto sucesso que foi incluída
depois no álbum Let's Dance numa versão ligeiramente diferente, que
acabou indo parar na trilha de Bastardos Inglórios, mais recente filme
de Quentin Tarantino.

A Marca da Pantera é um dos ícones dos anos 80 por sua abordagem pop
de um clássico do terror e por uma trilha que, como vocês vão ver
abaixo, entrega a idade do filme, mas não compromete. Muito pelo
contrário, até acrescenta, tornando o filme ainda mais significativo
pra sua época.

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Crítica: Karatê Kid (2010)

Deve haver um consenso entre críticos sobre a refilmagem de Karatê Kid – A Hora da Verdade (1984). Parece que para se sentirem mais cult, ou para que seus leitores facilmente influenciáveis pensem isso, esbravejam apontando muito mais erros do que acertos em relação ao original, tratando o filme dos anos 80 como obra irretocável. Existe também um medo por parte dos fãs de cinema de qualquer tipo de remake. Junte tudo isso e tenha como resultado um preconceito tremendo com a nova versão que cegou alguns jornalistas a ponto de não conseguirem enxergar nada de bom nessa atualização.

A partir de agora, vou pedir licença a você leitor, pois vou me permitir escrever essa resenha em primeira pessoa. Não vou negar que ao anúncio de uma refilmagem de um dos filmes que fizeram parte da minha infância, senti medo. Primeiro por colocar o filho de Will Smith, Jaden, no papel principal. Depois, pela escolha de Jackie Chan para ocupar o lugar do Sr. Myiagi. “Onde esses produtores estão com a cabeça?”, pensei. A idéia de um garoto de 12 anos lutando e ainda por cima trocarem a etnia do tão amado mestre de Karatê não me agradou. Lancei mão de preconceitos pra achar que vinha por aí mais uma tentativa frustrada de recriar um sucesso. E foi assim durante toda a produção do filme. Não vi fotos, não vi trailer, não quis saber de ver o clipe do Justin Bieber. Mas, a estreia chegou e o nome da franquia falou mais alto: eu não poderia deixar de ver o novo Karatê Kid.

De todas as mudanças, obviamente a que mais gerava dúvida: por que manter o nome do filme se agora o enfoque era no kung fu? Simples. A partir do momento que o filme se apresenta, meus preconceitos foram ao chão. O nome é o primeiro sinal de respeito a obra original. Karatê Kid virou mais que o titulo da franquia e se torna quase um adjetivo. É “Karatê Kid” qualquer garoto que consiga superar seus medos através do enfrentamento de seu maior inimigo: ele mesmo.

A história é a mesma que a Sessão da Tarde transmitiu a exaustão: Dre Parker é um pré-adolescente que muda de cidade com a mãe, encontra um interesse romântico, apanha do valentão e graças ao mestre em artes marciais, o Sr. Han, supera desafios, ganha o coração da garota e vence o torneio de kung fu. Durante as 2 horas e 20 de filme, são várias as citações ao clássico oitentista. Mas não é disso que o roteiro é feito. Karatê Kid é feito com emoção, com sinceridade e com uma mensagem.

É interessante assistir ao filme com a mente aberta justamente pra entender o quanto essa refilmagem faz mais sentido. Enquanto no original Daniel Larusso era um adolescente mimado, aqui, Dre, com seus 12 anos, está enfrentando a maior mudança da sua vida. E não é sair dos EUA e ir parar na China. Ele está entrando na adolescência. É muito mais crível o que acontece com ele aqui do que o que acontecia com Daniel-San. E isso realmente fica mais interessante graças a interpretação de Jaden Smith. O carisma do garoto é infinito. A conexão dele com a público é imediata.

E há Jackie Chan como o Sr. Han. Outra dúvida quanto ao roteiro é até onde esse filme seria uma refilmagem e onde começaria o “filme do Jackie Chan”. Sim, porque esse é um daqueles atores tão marcados que a mera participação já define um gênero de cinema. E aí o que restava de medo acaba por completo. Em momento algum Chan tenta roubar o filme do jovem Smith. A história é do garoto e ponto. Porém, seu personagem, no decorrer da trama, adquire a importância que merece. Essa, aliás, é uma das grandes marcas do roteiro. Não há pressa em contar a história. Tudo vai acontecendo de forma muito natural e aceitável, daí inclusive a longa duração já citada.

Chan provavelmente interpreta o personagem mais interessante de sua filmografia e com muita competência. A forma como ele o constrói utilizando seu rosto ja marcado pela idade pra transmitir toda a dor do mestre. Seus trejeitos cansados, sua postura curvada. Tudo ajuda a levar a trama para o momento onde o Sr. Han revela seu passado trágico. O motivo dele ser um zelador, e de durante boa parte do filme reconstruir um carro. A sua fixação em tentar consertar as coisas. E o relacionamento com Dre, que de simples mestre e aprendiz, se torna quase paterno.

E, claro, como não poderia deixar de ser, as cenas de luta são muito bem coreografadas e filmadas, principalmente na primeira deixa pra Chan exibir seus talentos em artes marciais. Tecnicamente muito superior ao karatê “pra americano ver” do original. Ter sido rodado na China também ajuda, pela longa tradição em filmes do estilo.

Aliás, a China é retratada no longa com muito respeito em belas tomadas que fazem uso do magnífico cenário. É de cair o queixo a fotografia em sequências como a do treinamento na Grande Muralha ou a jornada ao Poço do Dragão. E a academia de artes marciais que toma o lugar da famigerada Cobra Kai do filme oitentista é visualmente perfeita. A primeira tomada do lugar já demonstra isso com inúmeros lutadores treinando em sincronia.

Claro, a obra não é perfeita. Talvez seu principal “pecado” seja cometido no torneio. O golpe final não é tão representativo quanto o golpe da Garça no original por não ser tão bem desenvolvido durante o filme. Mas, se fizermos uma leitura um pouco mais profunda, vai de encontro com o que o Sr. Han diz no começo do treinamento de Dre: que o kung fu está em toda parte.

Karatê Kid é um filme que fará você sair do cinema com um sorriso no rosto depois de passar uma bela mensagem ao espectador, coisa há muito tempo não aparece por Hollywood. E é uma mensagem relevante, tanto quanto foi há mais de 25 anos. E isso até mesmo o mais rabugento dos críticos não pode negar.


*Curiosidades*

Em uma única cena, duas coisas me marcaram: quando Dre resolve pregar uma peça nos valentões que o perseguem, reparem a participação proeminente de um Volkswagen Santana ao fundo. Esse carro, que faz parte da história automobilística recente no Brasil ainda é produzido na China, com grande sucesso. Por aqui, foi fabricado durante impressionantes 22 anos.

Nessa mesma cena surge uma homenagem, não sei se proposital ou não, a De Volta para o Futuro. Pra fugir dos valentões, Dre se esconde entre alguns veiculos que passam por ali, tal qual Marty McFly no primeiro e no segundo filme.

Continua...
 
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