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Séries da nova temporada – O que assistir?

É, demorou um pouquinho mas vamos lá. O fato é que não dá pra analizar uma série por seu piloto, então esperei essas 2 semanas pra poder falar melhor do que vem por aí na sua tv por assinatura nos proximos meses ou o que você já deve acompanhar graças aos torrents e megauploads da vida.

Como não sou maluco de querer assistir a todas as estreias, selecionei abaixo algumas séries que valem a pena e outras que nem tanto. Então vamos lá.

Undercovers – Como fã de Lost começo as análises com a nova série de J.J. Abrams. E, indo contra a maré ou qualquer expectativa de quem está acostumado com as tramas intrincadas do diretor/produtor/roteirista e atual midas de Hollywood, Undercovers é a primeira série que não recomendo de jeito nenhum! Ela foi o principal motivo da demora pra esse post. Pelo piloto, que até foi divertidinho, não dava pra analisar direito o que esperar do seriado, então resolvi dar uma segunda chance ao J.J. e esperar pelo próximo episódio. E... não deu. As cenas de ação até que enganam, mas a trama, que mostra um casal de espiões que volta a ativa, além de ser um clichê atrás do outro, não decola em ponto algum. É o típico seriado em que há zero desenvolvimento de personagem. Aposto que se essa série chegar a uma segunda temporada, o relacionamento dos dois agente estará exatamente onde parou no episódio da semana passada. É um tipo de relacionamento que só funcionou em “Casal 20” (isso porque os protagonista daquele seriado tinham muito mais carisma). O humor chega a atrapalhar. Entra na hora errada e não tem graça nenhuma (sério, alguém ai achou original e engraçado o termo sexpionage? É sério, eles dizem isso. É constragendor). Até aquele seriado das três espiãs era mais engraçadinho por ser assumidamente galhofa.

Hawaii 5-0 – Este é o típico caça-níquel. A chance que as emissoras sempre veem em resgatar uma antiga franquia de sucesso pros novos tempos. Se você, como eu, não se lembra muito do seriado original, sorte sua. A nova roupagem é divertida, tem ação na dose certa, protagonistas carismáticos e tramas que, apesar de não escaparem dos clichês, convencem.

Se você se lembra da série clássica, vai adorar as referências. O tema de abertura está lá (se bem que se não estivesse, nem precisavam fazer a série, né?), as frases de efeito, as histórias que enaltecem o bom trabalho policial... tudo que fez da original, um sucesso, está aqui, com uma nova abordagem que lembra muito o tipo de adaptação feita para Esquadrão Classe A.

Pros fãs de Lost, Daniel Dae Kim está no seriado com um personagem que provavelmente terá muito mais tempo de tela do que o saudoso Jin. Os orfãos de Galactica também vão gostar de saber que a eterna Sharon, a atriz Grace Park também é protagonista. Sua personagem, inclusive, é prima do interpretado por Dae Kim (piada interna sobre as duas séries mais influentes da última década?). O elenco tem como principais nomes Alex O’Loughlin como Steve McGarrett e Scott Caan como o detetive Danny Williams. A química entre os dois é a força do seriado e Cann rouba a cena.

Os roteiros e produção ficam a cargo de Roberto Orci e Alex Kurtman, responsáveis, junto com J.J. Abrams (olha o homem aí de novo) pela reformulação de Star Trek nos cinemas.

Nikita - Todo mundo já conhece a história da agente que se rebela contra a organização que a treinou e resolve sabotar as missões, que são mais do interesse do seu chefe do que dos EUA. Agora, no novo seriado, não somos apresentados novamente a origem de Nikita. Aqui ela já se tornou renegada e desapareceu por 5 anos. Agora ela ressurge e, ao mesmo tempo, a organização começa o treinamento de mais uma delinquente, que da mesma forma que a protagonista, passa por uma severa transformação para se tornar, futuramente, uma assassina e agente secreta. A diferença é que a nova garota é, na verdade, uma espiã que Nikita infiltrou pra acabar de vez com seus perseguidores.

A abordagem é interessante, a série tem seus bons momentos. Mas não vejo muito sentido em sua existência. Desta vez, Nikita é interpretada por Maggie Q de forma não tão memorável quanto suas predecessoras. Mas, vamos lá, o seriado merece uma chance. Ainda não decolou e corre o risco de ficar preso em sua própria trama, se limitando a histórias fechadas a cada semana que podem também não levar a progresso nenhum. Se você não se importa em ficar sem conhecer o final caso a emissora resolva cancelar a série antes mesmo do final da temporada, vale dar uma checada.

Boardwalk Empire – A cereja do bolo das estreias de 2010 é uma série sobre o contrabando de bebidas na época da Lei Seca. O cenário é Atlantic City, que desponta como o centro de apostas mais badalado dos EUA. Seria só mais uma série de gangster se não fosse por um fator: Boardwalk Empire é produzida por Martin Scorsese. O diretor de Bons Companheiros e Os Infiltrados também comandou o episódio piloto, estipulando todo o visual e narrativa, ou seja, se você é fã de Scorsese vai adorar Boardwalk Empire.

Além dos fatores citados, o seriado também tem o trunfo de ser produzido pela HBO, com a qualidade que o canal ficou famoso em manter, desde Os Sopranos, passando por Roma e mais recentemente True Blood (tá, a primeira temporada de True Blood). Violência, sexo e palavrões não são problemas pra esses seriados das emissoras a cabo, o que garante mais liberdade na hora de contar uma história que exige esses elementos.

E o protagonista é ninguém menos que Steve Buscemi, eterno coadjuvante de Hollywood provando aqui a força dramática de uma interpretação que vai segurar o seriado por muito tempo (a segunda temporada já foi encomendada).

Rubicon – Mais uma altamente recomendável. Produzida pelo mesmo canal de Breaking Bad, Rubicon é um seriado sobre teorias de conspiração, que, como a frase de divulgação não deixa ninguém esquecer, não é uma teoria. O que mais chama atenção nessa série é também um dos principais motivos de seu provável cancelamento. O ritmo dos episódios, que pro público americano é lento e arrastado, na verdade demonstra a preocupação de seus roteiristas em primeiro estabelecer os personagens, que não são poucos, pra depois começar a contar a história. Se fosse produzida na Inglaterra estaria fazendo o maior sucesso. Mas, pro telespectador Homer Simpson, rótulo que cada vez mais se encaixa pro brasileiro, Rubicon vai parecer mesmo uma chatisse.

É louvável a falta de pressa em se contar uma trama que nas mãos erradas poderia se tornar um Identidade Bourne genérico. A referência aqui é outra e muito mais antiga. O ritmo lembra muito os filmes de conspiração dos anos 70, principalmente Os Três Dias do Condor. A função do personagem principal do seriado, inclusive, é a mesma daquele interpretado por Robert Redford. Sinceramente espero que a baixa audiência não desanime a emissora e aposte em pelo menos mais uma temporada pra terminar a história e colocar um pouco mais de qualidade nas produções atuais.

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É isso. Além dessas estreias, temos a volta de Dexter, House, Smallville (em sua última temporada), Human Target (azarão do ano passado que convenceu o suficiente pra uma segunda temporada), V, Caprica (que continua a sua primeira temporada, interrompida no meio do ano) e a vindoura The Walking Dead, série baseada na célebre HQ sobre zumbis com inspiração nos filmes de George Romero, que chega às telinhas no final do mês. Por aqui, a partir do dia 17 de outubro a HBO começa a exibir Boardwalk Empire. Já Hawaii 5-0 poderá ser conferida a partir do dia 20 do mesmo mês, pelo canal pago Liv.

Continua...
 
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