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Som: Foo Fighters - Wasting Light

Poucas bandas conseguem ficar muito tempo fiéis ao som do início de suas carreiras, principalmente as formadas dos anos 90 em diante. O que muitos chamam de "experimentação", outros preferem nomear como "adequação" à modas da música, cada vez mais passageiras. Por outro lado, grupos que mantém sua sonoridade "imaculada" conseguem também a fidelidade dos fãs, que sempre esperam do próximo álbum a competência habitual, tendo poucas esperanças de se decepcionar. Pois é isso que o Foo Fighters demonstra em seu novo lançamento, Wasting Light, primeiro trabalho inédito do grupo desde Echoes, Silence, Patience & Grace, de 2007.

Mas nem por isso o novo álbum é "mais do mesmo". Aí que está a grande qualidade da banda de Dave Grohl: entender que ser fiel ao som não é ficar preso à ele. E em Wasting Light, embora todas as músicas sejam típicamente do Foo Fighters, há também um gostinho de novidade, nunca deixando as composições caírem na mesmice. Além disso, a banda marca seu retorno ao estúdio com um guitarrista a mais, Pat Smear, que já havia passado pelo grupo nos distantes anos 90.

Bridge Burning, que abre o CD, por exemplo, é aquele rock cru que Grohl sempre fez muito bem, mas também tem um toque de Queens of Stone Age, banda da qual o vocalista participou por um tempo como baterista no começo dos anos 2000. A segunda faixa, Rope, também é o primeiro single e nem por isso tem pegada mais pop. Muito pelo contrário, mantém a linha da primeira música, e ainda tem um refrão impossível de não empolgar.

Dear Rosemary, por outro lado, tem uma levada pop, ou pelo menos de sonoridade mais fácil. O vocalista da banda Husker Du, Bob Mould, faz backing vocal nesta faixa, que lembra um pouco o estilo do KISS dos anos 80, com suas musicas compostas pelo Desmond Child. Mould inclusive evoca Paul Stanley quando este fazia a segunda voz para Gene Simmons.

O CD continua com White Limo, talvez a mais diferente das canções de Wasting Light. Embora muita gente veja Motorhead como referência aqui, principalmente por causa do clipe com participação do Lemmy, o som está mais pro hardcore underground dos anos 90 do que qualquer outra coisa.

Arlandria começa meio grunge, mas é outra música tipicamente do Foo Fighters, com refrão marcante e riffs inspirados. E segue com a balada These Days com sua melodia nostálgica.
Quando menos se espera, Wasting Light já está em sua sétima faixa, sem perder o fôlego. Back & Forth é pra agradar aos fãs de Hard Rock e se une a música seguinte, A Matter of Time, tão nostálgica quanto These Days. Essas três cancões aliás, são pra ouvir com um sorriso no rosto por constatar que a banda ainda tem a mesma energia, mesmo depois de 16 anos de carreira.

Miss the Misery não foge da qualidade mostrada até aqui, mas é a próxima faixa que provavelmente desperta grande interesse de quem acompanha a carreira de Dave Grohl. I Should Have Known marca o reencontro entre o vocalista e seu ex-colega do Nirvana, Krist Novoselic. A canção é de grande qualidade, fazendo jus à expectativa gerada. Além disso, tem uma sonoridade diferente e se torna uma das melhores do CD ao comprovar também a criatividade da banda.

Pra encerrar, Walk, que continua a empolgação de todo o trabalho até aqui. Deixa um gostinho de "quero mais" que os fãs esperam não ter de aguentar mais quatro anos para ter, já que Grohl e Cia. mostraram que ainda são capazes de fazer seu rock and roll sem frescura e com a energia de sempre.

Confira abaixo o clipe de Rope e aqui uma apresentação ao vivo com todas as músicas de Wasting Light

Continua...
 
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