d

Crítica: Transformers - O Lado Oculto da Lua

Posted on
  • quinta-feira, 30 de junho de 2011
  • by
  • Alexandre Luiz
  • in
  • Marcadores:
  • Depois de receber críticas pesadas pelo exagero e pelo roteiro sem nexo de Transformers - A Vingança dos Derrotados, o diretor Michael Bay reconheceu os erros e prometeu rever seus conceitos para que o terceiro filme da franquia pudesse ser melhor aceito. De certa forma, Transformers - O Lado Oculto da Lua, que estreia neste final de semana, acerta mais do que erra, mas quando tropeça, o tombo é proporcional ao tamanho de Optimus Prime.


    O longa começa mostrando Cybertron, a terra natal dos robôs, nos momentos decisivos da guerra que causou sua destruição. Em forma de narração, Optimus explica que uma nave, contendo uma poderosa tecnologia que poderia mudar os rumos da batalha, escapa do planeta apenas para se acidentar no lado oculto da Lua, fato captado por pesquisadores na Terra, levando a uma sequência de eventos que culminam na chegada do Homem ao satélite natural do planeta. Embora bem editada e com um ritmo interessante (sem falar na reconstrução de algumas cenas com um sósia de John Kennedy), a sequência inteira é completamente desnecessária, já que é praticamente recontada com cerca de 40 minutos de filme. E esse é o maior tropeço do novo Transformers: se estender além do que deveria.


    A trama é simples, sem os subplots que tanto atrapalharam o andamento do segundo filme. Basicamente os Decepticons, de posse da tal tecnologia, planejam usar os humanos como escravos para reconstruir Cybertron, e os Autobots, liderados por Optimus (agora com menos vocação pra discursos) não pretendem deixar isso acontecer. Qualquer cineasta com a mínima noção de ritmo faria um filmaço de ação com no máximo 2 horas. Mas Michael Bay faz de Transformers 3 um longa com pelo menos 30 minutos de cenas que não fariam falta nenhuma se não estivessem presentes. Todo diretor, uma hora ou outra, se vê obrigado a tirar sequências inteiras na ilha de edição. Bay parece não entender isso. Se compreendesse, 70% das cenas envolvendo a dupla de Autobots engraçadinhos não estariam no corte final do longa. Esses personagens, inclusive, parecem ter sido escritos com o R2D2 e o C3PO em mente. Com o agravante que, a não ser lá pelo final, não acrescentam em nada à história. Dispensável também é a quantidade de gags de teor sexual e racial. Com o salário de Bay na franquia, parece que ninguém tem coragem de dizer a ele quando parar. O alívio cômico é um conceito auto-explicativo. Se é pra aliviar não deve ser usado à exaustão.


    Outro exemplo desse problema é o personagem de John Malkovich, o patrão de Sam (Shia LaBeuf). Embora tenha lá sua graça, em grande parte por sua esquisitice, não desempenha função nenhuma ao roteiro. E some antes mesmo da segunda metade da produção, sem deixar vestígios. A foto do ator deveria estar estampando a definição de "Coadjuvante de Luxo" depois dessa participação. Falando em papéis secundários, Frances McDormand, por outro lado, é uma adição bem-vinda. Sua personagem, chefe dos serviços de inteligência norte-americanos, é divertida de uma forma que só a atriz consegue. John Turturro volta com seu Agente Simmons, também sem comprometer o resultado.


    O roteiro de Ehren Kruger falha diversas vezes com os coadjuvantes, como é o caso de Dylan (Patrick Dempsey), o rico patrão da namorada de Sam. Em momento algum a motivação para seus atos consegue convencer o espectador. Já com o novo par romântico do personagem principal, Kruger foi generoso. Deu à atriz novata Rosie Huntington-Whiteley muito mais carisma do que tinha a Mikaela que trouxe fama à Megan Fox nos longas anteriores. Ela é mais simpática e, principalmente, faz Sam evoluir como personagem, de uma forma que Fox não conseguia fazer. Mas, como Bay tem uma preferência patológica em transformar suas heroínas em objetos, o espectador é apresentado primeiro ao traseiro da garota e depois à sua personalidade. Pesa a favor também, o fato da personagem vir dos desenhos animados originais, onde desempenha papel fundamental. A volta de Sam, por outro lado, não é das mais inspiradas. Se no segundo filme ele apenas quer uma vida normal, aqui se torna até arrogante ao perceber que tudo que conseguiu, mesmo tendo salvado a Terra duas vezes, foi justamente ser "normal", além de uma medalha do Presidente.


    Outro ponto fraco do roteiro é transformar os Autobots em ferramenta de propaganda de direita, incluindo invasão ao Iraque e uma clara defesa à política de interferência norte-americana, como se o país fosse responsável por levar a liberdade ao mundo. É meio que marca registrada de Bay fazer de seus filmes um longo comercial enaltecendo as forças armadas dos EUA, mas, numa época em que a relação com países que não seguem o modelo americano de democracia, é cada vez mais levada à debates com duras críticas, esse tipo de atitude se torna ainda mais deslocada, num filme que sofre justamente com situações que só atrapalham.


    Mesmo com defeitos que provavelmente continuarão a ser repetidos em produções futuras de Bay, pois fazem parte do cineasta, é inegável sua capacidade de criar cenas de ação espetaculares. E ele realmente acerta com elas aqui. Não dá pra reclamar. Elas tem menos cortes, são em slow motion quando muita coisa acontece ao mesmo tempo e ainda contam com um 3D incrível, que faz valer o ingresso mais caro. A primeira grande cena de ação, que acontece em uma rodovia, é um show a parte. Afinal, é pra esse tipo de coisa que Transformers virou filme. O que leva a mais uma crítica. Quem cresceu assistindo aos desenhos e bricando com as Action Figures da Hasbro não espera outra coisa de uma superprodução como essa, senão robôs gigantes se arrebentando em batalhas épicas. Então, por que o clímax dá muito mais ênfase à ação com humanos, deixando os Autobots apenas para surgirem na última hora pra salvar esse ou aquele personagem? O filme se chama Transformers e não Batalhão Invencível ou algo do gênero. Ainda sobre o ato final, fica difícil engolir que toda aquela sequência de destruição, com 40 minutos de explosões e prédios sendo destruídos seja encerrada com uma solução tão fácil e corriqueira. Chega um momento em que a impressão é que as ideias acabaram e o roteirista precisava finalizar aquilo de algum jeito, mesmo que da forma mais preguiçosa.


    Dos três longas, este último era o mais promissor. Sua trama simples dava espaço pra um filme muito mais divertido que até poderia fazer jus ao nome de Steven Spielberg, que ainda ocupa a função de produtor da série. Mas, graças à falta de tato na mesa de edição, resta à Transformers 3 apenas ser melhor que o segundo filme. O que, infelizmente não quer dizer muita coisa, já que pior não tinha como ser.

    6 comentários:

    Leandro Nerddisse disse...

    Essa frase resumiu tudo -> Quem cresceu assistindo aos desenhos e bricando com as Action Figures da Hasbro não espera outra coisa de uma superprodução como essa, senão robôs gigantes se arrebentando em batalhas épicas.
    Ver os robozões gigantes se 'catando' é sem palavras.

    Ben Hazrael disse...

    Cara, por um sentimento de auto-preservação, me recuso a ver um filme que faça uma escandalosa propaganda política de Direita que apregoa a invasão a outros países. Mas vindo de Michael Bay, é até normal. Ficou excelente a resenha! Abraços!!!

    Anônimo disse...

    Simplesmente ridículo o roteiro. Também não leva em conta as características do robos. Como podem, seres alienígenas, tão avançados, serem "amputados" por granadinhas que mal arranham um blindado atual? Outra bobagem, na minha opinião, é a banalização da morte dos personagens. Parece até que são feitos de ferro-velho... onde já se viu Stars Cream ser morto por humanos? Logo o mais mailicioso. Inocoerente demais.

    Anônimo disse...

    o que você escreveu é ridiculo...
    mesmo tendo alguns defeitos o filme...
    o roteiro é otimo
    e o filme é o melhor dos três...
    se não fosse assim ele não teria chegado aos 10 filmes que mais arrecadaram bilheteria na história do cinema não é?
    a ao anonimo...
    as "granadinhas" haviam sido criadas por "Que"...
    cientista autobot...
    então o que você esperava?
    elas são granadas com tecnologia cybertroniana
    elas tem força suficiente para "amputar" os robôs e mais...

    Anônimo disse...

    Eu concordo com o anonimo do dia 18 de agosto de 2011 e so un otario que nao presta atecao nas coisas pra repara que foi o que que fez a "granadinhas" e um otario mesmo e o filme e otimo a nao ser pela morte do Ironhide

    Anônimo disse...

    Eu concordo com o anonimo do dia 18 de agosto de 2011 e so un otario que nao presta atencao nas coisas pra repara que foi o "Que" que fez a "granadinhas" e um otario mesmo e o filme e otimo a nao ser pela morte do Ironhide

     
    Copyright (c) 2010 Blogger templates by Bloggermint